Publicado em 23 de agosto de 2025 às 10:15
São Paulo acaba de ganhar um espaço inédito voltado para a formação de influenciadores e criadores de conteúdo digital. Instalado em um galpão de 14 mil m² na Vila Leopoldina, Zona Oeste da capital, o Community Creators Academy reúne mais de 200 estúdios temáticos, incluindo cenários como uma praia artificial e até banheiros “instagramáveis”, onde os alunos podem produzir material para redes sociais.>
Apresentada como a “primeira universidade de criação de conteúdo do Brasil”, a instituição foi idealizada pelo publicitário baiano Fábio Duarte, proprietário da Agência California, especializada em comunicação digital. O projeto recebeu aporte de aproximadamente R$ 40 milhões e contou com a parceria do grupo educacional Ânima, mantenedor da Universidade Anhembi Morumbi.>
Os cursos variam entre R$ 25 mil e R$ 35 mil e prometem profissionalizar a carreira de quem já atua ou deseja ingressar no universo digital. A grade contempla disciplinas como ética, direito digital, empreendedorismo, storytelling, além de módulos práticos sobre gravação de podcasts, tutoriais, conteúdos de moda, saúde e bem-estar.>
Mercado bilionário>
De acordo com Duarte, a chamada creator economy movimenta cifras trilionárias no mundo e está cada vez mais valorizada no mercado de trabalho. Ele destaca que a criação de conteúdo se tornou uma habilidade estratégica, comparável ao domínio de inglês ou ferramentas de escritório em décadas anteriores.>
Segundo o executivo, cerca de 75% dos jovens brasileiros sonham em ser influenciadores, o que reforça o potencial de crescimento do setor. O objetivo da escola, afirma, é transformar esse interesse em profissão estruturada, oferecendo aos estudantes não apenas técnicas de produção, mas também visão de negócios e conexão direta com marcas.>
Estrutura e metodologia>
As aulas tiveram início em agosto e já contam com aproximadamente 200 alunos. Os cursos, presenciais, duram de três a seis meses, com encontros de duas a três vezes por semana. Há turmas voltadas para profissionais liberais, como médicos, advogados e arquitetos, interessados em ampliar sua visibilidade digital e atrair novos clientes.>
A infraestrutura inclui academia, salão de beleza, espaços dermatológicos e ambientes exclusivos para gravação. O curso mais caro é destinado a executivos que buscam aprimorar apresentações públicas, entrevistas e participação em eventos como Ted Talks.>
As mentorias ficam a cargo de nomes conhecidos do mercado, como Igor Coelho, fundador do podcast Flow, e Sarah Fonseca, da plataforma Skin Quer.>
Processo seletivo>
Para ingressar, os candidatos passam por um processo de seleção pago, inspirado em universidades estrangeiras. É necessário enviar uma carta de intenção e um vídeo de apresentação; se aprovados, participam de uma entrevista final.>
Nesse primeiro momento, a prioridade é para quem já possui alguma experiência digital e deseja profissionalizar o trabalho. A escola, no entanto, afirma estar aberta a diferentes perfis de criadores.>
Conteúdo como negócio>
Duarte ressalta que muitos influenciadores iniciaram suas trajetórias de forma amadora, sem a percepção imediata de que estavam construindo uma profissão. A Creators Academy, explica, nasceu justamente para estruturar esse processo desde o início, tratando a produção de conteúdo como um negócio.>
Apesar de defender o papel dos cursos livres na formação de novos profissionais, ele reforça que a educação tradicional continuará tendo relevância. Para ele, o aprendizado contínuo é indispensável em um mercado em constante transformação.
Com informações do G1>