Norte-americano é preso em SP suspeito de explorar crianças após denúncia em corrida por app

Youtuber foi preso em São Paulo após investigação que começou no Rio de Janeiro e revelou suspeita de crimes sexuais contra crianças.

Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 09:04

Norte-americano é preso em SP suspeito de explorar crianças após denúncia em corrida por app
Norte-americano é preso em SP suspeito de explorar crianças após denúncia em corrida por app Crédito: Reprodução/TV Globo

Uma corrida de aplicativo que parecia rotineira acabou se tornando o ponto de partida para a prisão do norte-americano Floyd Wallace Junior, de 30 anos, suspeito de crimes como estupro de vulnerável e exploração sexual de crianças e adolescentes. A detenção ocorreu nesta semana, no bairro da Liberdade, em São Paulo, mas a investigação iniciou no Rio de Janeiro, após a atitude de um motorista levantar alerta.

O caso começou no dia 8 de dezembro, quando um condutor atendeu a uma solicitação no bairro do Jacaré, na zona norte do Rio. Duas meninas entraram apressadas no carro e, durante o trajeto, demonstraram não saber exatamente para onde estavam indo. A comunicação com quem havia pedido a corrida era feita por meio de aplicativo de tradução, o que aumentou a desconfiança do motorista.

O destino informado era o bairro de Santa Teresa. Ao chegar nas proximidades, o motorista percebeu um homem aguardando as crianças. Incomodado com a situação, ele decidiu relatar o ocorrido à plataforma de transporte, que iniciou uma apuração interna e acionou as autoridades policiais.

As investigações apontaram que o homem que aguardava as meninas era Floyd Wallace Junior, que teria utilizado aplicativos de transporte, perfis falsos e redes sociais para se aproximar de crianças e adolescentes. Entre os dias 8 e 19 de dezembro, ele realizou diversas viagens antes de deixar o Rio e se deslocar para São Paulo, onde acabou localizado e preso.

Durante o cumprimento do mandado, policiais encontraram com o suspeito equipamentos eletrônicos e materiais que, segundo a polícia, indicam produção de conteúdos ilícitos, como celulares, câmeras escondidas, dispositivos de armazenamento e até um relógio com câmera. As autoridades afirmam que ele teria gravado vítimas sem consentimento.

A apuração também revelou que Wallace mantinha canais na internet, um deles com conteúdos de confronto com forças policiais e outro ligado ao movimento conhecido como “passport bro”, associado à busca por relações sexuais em países mais pobres. De acordo com a polícia, há indícios de que entre oito e doze crianças tenham sido vítimas no Rio de Janeiro, número que ainda pode aumentar.

Relatórios produzidos com apoio de órgãos internacionais apontam que o suspeito possui antecedentes criminais nos Estados Unidos, com registros por agressão, roubo e resistência à prisão em diferentes estados. No Brasil, a investigação segue para identificar possíveis cúmplices e verificar se há uma rede criminosa envolvida.

Após o caso, a empresa de transporte informou que irá ampliar treinamentos para motoristas, com foco na identificação de sinais de tráfico humano e exploração sexual. Especialistas reforçam que a atenção e a denúncia foram decisivas para interromper o que pode ser um esquema maior. “Na dúvida, é fundamental comunicar. Uma atitude pode salvar vidas”, destacam entidades que atuam no combate à exploração infantil.