Operação internacional derruba mais de 500 sites e aplicativo de 'gatonet'; confira lista

A oitava fase da Operação 404 mobilizou Brasil e cinco países, fechou plataformas ilegais de streaming e mirou a cadeia de financiamento da pirataria audiovisual.

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 12:06

Operação internacional derruba mais de 500 sites e aplicativo de 'gatonet'; confira lista
Operação internacional derruba mais de 500 sites e aplicativo de 'gatonet'; confira lista Crédito: Reprodução/Freepik

Operações conjuntas entre autoridades do Brasil, Argentina, Equador, Paraguai, Peru e Reino Unido resultaram no maior ataque recente à pirataria digital na América Latina. Ao longo dos últimos dias, uma ação coordenada desativou 535 sites e um aplicativo de streaming clandestinos, conhecidos popularmente como gatonet. A ofensiva íntegra a 8ª fase da Operação 404, conduzida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

No Brasil, a etapa realizada na quinta-feira (27), contou com 44 mandados de busca e apreensão, além de quatro prisões preventivas e três prisões em flagrante. A iniciativa teve participação da Anatel, da Ancine e das polícias civis de 15 estados, ampliando a articulação entre órgãos reguladores, sistema de segurança pública e equipes de inteligência digital.

Segundo o MJSP, a estratégia desta fase avançou para além do bloqueio de páginas e aplicativos. O foco foi atingir os mecanismos de financiamento, distribuição e monetização das operações clandestinas, que movimentam milhões em todo o continente.

Para o diretor de Operações e Inteligência da Senasp, Rodney da Silva, essa é uma resposta do Estado brasileiro ao avanço da pirataria digital. Ele destacou que a ofensiva busca desarticular não apenas o conteúdo, mas a “infraestrutura que sustenta o mercado ilegal”.

Ação paralela na Argentina amplia derrubada de plataformas

Enquanto o Brasil executava a fase nacional, autoridades argentinas realizaram outra operação no domingo (30), derrubando 22 aplicativos clandestinos, entre eles BTV e Red Play, amplamente utilizados no mercado brasileiro. As investigações na Argentina também incluem redes de venda de TV boxes, dispositivos que facilitam o acesso a conteúdos piratas.

Essa é a segunda etapa da ação iniciada no começo de novembro, quando outras 14 plataformas, incluindo My Family Cinema e TV Express, foram retiradas do ar. A LaLiga, entidade ligada ao futebol espanhol e parceira da investigação, informou que 74% dos usuários atingidos na primeira fase estão no Brasil, evidenciando a predominância do país no mercado irregular.

Pirataria audiovisual é fenômeno continental

Relatório recente da Alianza contra la Piratería Audiovisual aponta que 22,3% dos 69,5 milhões de assinantes de TV paga na América Latina e no Caribe utilizam serviços ilegais. A estimativa é que os criminosos deixem de recolher US$ 787 milhões em impostos, considerando apenas a cobrança de IVA.

O MJSP informou que não divulga publicamente a relação nominal das plataformas brasileiras bloqueadas. Entretanto, países envolvidos compartilharam listas das plataformas pela cooperação internacional, muitos dos aplicativos derrubados na Argentina também operavam no Brasil.

Plataformas retiradas do ar em operações internacionais

ALA TV, Bex TV, Blue TV, Boto TV, Break TV, BTV App, BTV Live, Cinefly, Duna TV, Eppi Cinema, Football Zone, Hot, Humo Cinema, Jovi TV, Lumo TV, Mega TV, MIX, My Family Cinema, Nava TV, Nossa TV, ONPix, PLUSTV, Pulse TV, Red Box, Red Play Live, Ritmo TV, Samba TV, Super TV Premium, TV Express, Vela Cinema, Venga TV, Vexel Cinema, Waka TV, WEIV, WeivTV – Nova, Yoom Cinema.