'Pessoas do meu convívio foram abusadas sexualmente na infância', diz Felca

O caso reforça a discussão sobre responsabilidade das redes sociais e influência digital na proteção de crianças, mostrando como a combinação de tecnologia e descuido pode expor menores a riscos sérios.

Publicado em 18 de agosto de 2025 às 17:29

Segue na foto acima o influenciador Felipe Bressanim Pereira, também conhecido como Felca
Segue na foto acima o influenciador Felipe Bressanim Pereira, também conhecido como Felca Crédito: Redes Sociais/Instagram @felca0

O influenciador e humorista Felca viralizou na última semana com um vídeo em que denuncia como algoritmos das redes sociais podem favorecer conteúdos que sexualizam crianças e expõe perfis de influenciadores que exploram menores. A repercussão foi enorme: em menos de 24 horas, o vídeo alcançou 4 milhões de visualizações e, atualmente, soma mais de 44 milhões.

Em entrevista ao Fantástico, Felca explicou que seu engajamento no tema é pessoal: “Eu conhecia pessoas do meu convívio social que foram abusadas sexualmente na infância. Eu pensava em como consolar aquela pessoa e comecei a estudar sobre o assunto. Muitos influenciadores têm esse poder, mas preferi usá-lo para falar sobre isso”.

No vídeo, o influenciador mostra que, em poucos cliques, é possível acessar material ligado à pedofilia, resultado da lógica de recomendação das plataformas, que ele apelidou de “algoritmo P”. A Meta, empresa dona do Instagram, afirmou que remove esse tipo de conteúdo assim que identificado e adota medidas para evitar que adultos suspeitos encontrem perfis de crianças.

O vídeo também aborda o conceito de “adultização”, termo usado por Felca para definir a prática de inserir crianças em contextos adultos, privando-as de brincar livremente. Especialistas alertam que esse comportamento pode prejudicar o desenvolvimento emocional e gerar impactos duradouros na saúde mental.

Entre os que se sentiram impactados está Cristiane, professora e mãe, que revisou sua própria relação com a exposição do filho na internet: “Até porque criança dá engajamento. Mas eu não tinha ideia dessa sujeirada toda. Me senti mal como mãe e decidi arquivar tudo para proteger meu filho”.

O caso reforça a discussão sobre responsabilidade das redes sociais e influência digital na proteção de crianças, mostrando como a combinação de tecnologia e descuido pode expor menores a riscos sérios.