PF indicia Bolsonaro e Eduardo por tentar atrapalhar ação sobre trama golpista

Relatório cita envolvimento do pastor Silas Malafaia e interferência dos Estado Unidos.

Publicado em 20 de agosto de 2025 às 20:04

Ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Crédito: Beto Barata/ PL/ FLICKR

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) devido à atuação do parlamentar nos Estados Unidos, na tentativa de atrapalhar o processo da trama golpista.

No relatório, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira ( 15), a corporação afirma que ambos têm atuado para obstruir o avanço da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, que tem Bolsonaro como principal réu.

A PF indiciou pai e filho pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.

Envolvimento do pastor Silas Malafaia e interferência dos Estado Unidos

Segundo o relatório, a PF teve acesso a troca de mensagens em um celular apreendido com Jair Bolsonaro. O material demonstra que o ex-presidente fez "intensa produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, em afronta à medida cautelar anteriormente imposta".

Em um trecho, o relatório aponta uma conversa de Bolsonaro com Silas Malafaia:

"Conforme relatado, menos de uma hora após a ativação do novo celular, em 25/7/2025, às 11h09, o pastor Silas Lima Malafaia enviou mensagens a Jair Bolsonaro pedindo que o investigado 'disparasse' dois vídeos, com as instruções:

“ATENÇÃO! Dispara esse vídeo às 12h”. “Se você se sente participante desse vídeo, compartilhe. Não podemos nos calar!”

Sobre Eduardo, o relatório descreve:

"O parlamentar licenciado passou a publicar, em seu perfil nas redes sociais, conteúdos em inglês, com o claro intuito de alcançar o público no exterior, além de interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2668/DF e coagir autoridades públicas brasileiras."