Polícia Civil desarticula rede criminosa que lavava dinheiro com carros de luxo e imóveis

Polícia cumpre mandados em cinco estados, prende ao menos 40 suspeitos e bloqueia R$ 40 milhões ligados a um esquema que financiava o tráfico.

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 09:32

Polícia Civil desarticula rede criminosa que lavava dinheiro com carros de luxo e imóveis
Polícia Civil desarticula rede criminosa que lavava dinheiro com carros de luxo e imóveis Crédito: Reprodução/PCRS

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27), uma operação de grande porte para interromper o funcionamento de uma organização criminosa apontada como uma das principais responsáveis pela circulação de maconha no estado. A ofensiva, que atinge cinco unidades da Federação, já contabiliza pelo menos 40 presos e prevê quase duas dezenas de ações simultâneas voltadas à sufocação financeira do grupo.

A investigação revela que a quadrilha profissionalizou sua atuação ao longo dos anos, utilizando transportadoras regulares para movimentar grandes cargas de droga e estruturando um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que incluía aquisição de carros de luxo, imóveis e movimentações pelo sistema financeiro formal.

Ao todo, estão sendo cumpridos 54 mandados de prisão preventiva, 36 buscas e apreensões, 54 bloqueios de contas bancárias, além do sequestro de imóveis e de ordens de busca de veículos. As ações ocorrem no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rondônia e Minas Gerais.

Ação simultânea em nove cidades gaúchas

No território gaúcho, os mandados se concentram em cidades como Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas, Santo Antônio da Patrulha, Cachoeirinha, Taquara, Charqueadas, Alvorada e Arroio do Meio, municípios que, segundo a polícia, funcionavam como pontos estratégicos da logística de distribuição e coleta de recursos do grupo.

Em Santa Catarina, as ações se estendem por Jaguará do Sul, Camboriú e São José. Também há diligências no Rio de Janeiro (RJ), Porto Velho (RO) e Salinas (MG).

Durante as primeiras horas da operação, foram apreendidos cerca de R$ 100 mil em espécie, armas de fogo e porções de droga.

Chefes, gerentes e laranjas

Entre os alvos estão o principal articulador da organização, responsável por comandar a operação logística e o fluxo financeiro, e seus gerentes diretos, além de laranjas encarregados de movimentar recursos ilícitos. Vários dos investigados possuem histórico de crimes graves, como homicídios e assaltos a banco.

A investigação identificou ainda a atuação conjunta entre diferentes facções gaúchas, operando como um consórcio criminal para potencializar a venda de entorpecentes e ocultar lucros milionários.

R$ 40 milhões bloqueados e laudos toxicológicos falsos

Para atingir a estrutura econômica da quadrilha, a Justiça determinou o bloqueio de quase R$ 40 milhões, medida considerada essencial para desarticular a capacidade de recomposição do grupo.

Além do tráfico e da lavagem de dinheiro, os investigadores descobriram que a organização vendia laudos toxicológicos falsificados para caminhoneiros, prática que ampliava o lucro do esquema.

Ao longo da investigação, a Polícia Civil contabilizou a apreensão de cinco toneladas de maconha vinculadas à atuação da quadrilha, volume que reforça a importância do grupo no abastecimento de drogas no Sul do país.