Polícia Civil investiga comercialização irregular de emissão para RG na Bahia

Investigação leva ao esquema que cobrava por agendamentos gratuitos do SAC e cumpre mandados em cinco cidades do estado.

Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 10:15

Polícia Civil investiga comercialização irregular de vagas para Carteira de Identidade no SAC
Polícia Civil investiga comercialização irregular de vagas para Carteira de Identidade no SAC Crédito: Reprodução/PCBA

A Polícia Civil da Bahia deflagrou, na manhã desta sexta-feira (19), a Operação Vaga Vip, que resultou no afastamento de nove servidores públicos suspeitos de envolvimento em um esquema de comercialização ilegal de agendamentos para a emissão da Carteira de Identidade Nacional (CIN) em unidades do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC).

Segundo as investigações, horários que deveriam ser disponibilizados gratuitamente pelo sistema oficial do Governo do Estado estariam sendo negociados de forma irregular. A apuração aponta que o esquema contava com a atuação conjunta de servidores públicos e de intermediários externos, sem vínculo formal com a Rede SAC.

Por determinação judicial, a operação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão e aplicou 11 medidas cautelares, além dos afastamentos funcionais. As diligências ocorreram em Salvador, Candeias, Camaçari, Feira de Santana e Remanso.

De acordo com a Polícia Civil, o funcionamento do esquema variava. Em alguns casos, o atendimento era antecipado ou facilitado mediante pagamento. Em outros, terceiros conseguiam acessar o sistema eletrônico antes da liberação geral das vagas e revendiam os horários para pessoas interessadas em obter o documento. A prática, segundo os investigadores, burlava a fila oficial e comprometia o acesso igualitário ao serviço público.

As investigações tiveram início após uma denúncia feita pela Coordenação da Rede SAC, que também colaborou com informações, dados técnicos e apoio operacional para o avanço do inquérito. A polícia busca agora identificar todos os envolvidos, compreender a dimensão do esquema e mensurar os prejuízos causados tanto à administração pública quanto à população.

A operação é conduzida pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), por meio da Delegacia dos Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap). As apurações seguem em andamento e novas medidas não estão descartadas.