Saiba como era o esquema de propina com empresários e auditores fiscais em São Paulo

Os apontados pelo esquema podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 11:02

Os apontados pelo esquema podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Os apontados pelo esquema podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Crédito: Reprodução Redes Sociais

Artur Gomes da Silva Neto é apontado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) como principal articulador do esquema que rendeu para ele mais de 1 bilhão em recebimento de propina. O auditor fiscal foi preso durante a Operação Ícaro deflagrada nesta terça-feira (12), em São Paulo. Além dele, os agentes fazem uma varredura em outros endereços residenciais dos alvos e nas sedes das empresas investigadas. Os apontados pelo esquema podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Durante a operação, foram presos os empresários Sidney Oliveira, dono da rede Ultrafarma, e Mario Otávio Gomes, diretor da Fast Shop. De acordo com MP de São Paulo os dois são apontados como sócios de CNPJ beneficiados com decisões fiscais irregulares.

A investigação do MPSP identificou que o fiscal e supervisor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Fazenda estadual paulista manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas. A ação ilegal lhe rendia pagamentos de propina feitos mensalmente a uma empresa registrada no nome da sua mãe. Durante investigação e análises das provas, os promotores públicos detectaram que o fiscal recebeu, até este momento, mais de R$ 1 bilhão em propina desde 2021.

Em nota, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) informou que instaurou procedimento administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido e que solicitou formalmente ao MPSP o compartilhamento de todas as informações pertinentes ao caso.

A Sefaz-SP informou que está à disposição das autoridades e vai colaborar com os desdobramentos das investigações por meio de sua corregedoria. “A administração fazendária reitera seu compromisso com os valores éticos e justiça fiscal, repudiando qualquer ato ou conduta ilícita, comprometendo-se com a apuração de desvios eventualmente praticados, nos estritos termos da lei, promovendo uma ampla revisão de processos, protocolos e normatização relacionadas ao tema”, completa a nota.