Presidente da COP30 lança chamado por ação climática focada nas pessoas

Convite é para que os povos do mundo compreendam a COP30, sob liderança brasileira, como um momento de transição para o desenvolvimento mais justo e sustentável.

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 12:48

Presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago e a diretora executiva da COP30, Ana Toni, durante reunião em julho, em Brasília.
Presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago e a diretora executiva da COP30, Ana Toni, durante reunião em julho, em Brasília. Crédito: Rafa Neddermeyer/COP30 Brasil/PR

O presidente designado da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, lançou nesta terça-feira, 12/8, um convite para que os povos do mundo tratem a COP30 como um rito de passagem para um futuro mais justo e sustentável. Em sua quinta carta à comunidade internacional, Corrêa do Lago destaca que as pessoas não são apenas vítimas da mudança do clima, mas protagonistas nos esforços para combatê-la.

“A Presidência da COP30 convida a comunidade internacional a fazer de Belém um ritual de passagem para marcar e celebrar com sobriedade a nossa transição para um futuro mais promissor e próspero”, disse o presidente designado da COP30. “Podemos usar a COP30 para processar coletivamente o luto por um modelo de desenvolvimento que prometeu prosperidade no passado, mas que já não oferece esperança para o futuro.”

Baseada nos princípios das Nações Unidas, a carta dirige-se diretamente às pessoas, destacando como suas vivências, atuações, cultura e liderança são exemplos para uma relação mais harmoniosa com a natureza. De acordo com o embaixador, a COP30 deve ser uma mudança de paradigma para que pessoas historicamente marginalizadas, deslocadas ou silenciadas sejam reconhecidas tanto como atores essenciais quanto como detentoras de direitos na resposta à crise do clima.

A Presidência da COP30 colocará as pessoas no centro a partir de ações e impactos positivos concretos nos quatro pilares da conferência. O mutirão global contra a mudança do clima, lançado por Corrêa do Lago em sua primeira carta, serve como guia deste processo.

Na mobilização, a Presidência brasileira da COP30 criou um modelo de governança compartilhada que reforça a conexão com as realidades das pessoas por meio dos Enviados Especiais, da Campeã da Juventude e do Círculo dos Povos. Na negociação, as pessoas são centrais em debates relativos a temas como a Meta Global de Adaptação, o Diálogo sobre Implementação dos Resultados do Balanço Global e o Programa de Transição Justa. Outros tópicos incluem o novo Plano de Ação de Gênero, a Plataforma das Comunidades Locais e dos Povos Indígenas e perdas e danos.

Na Cúpula de Líderes, líderes mundiais serão convidados a participar de debates substantivos, em busca de soluções concretas que conectem o regime do clima à vida cotidiana das pessoas. Por fim, cada um dos seis eixos da Agenda de Ação têm um caminho para a implementação com dignidade e liderança, além de estarem alinhados ao Balanço Global do Acordo de Paris.

Corrêa do Lago defende que, para fortalecer o multilateralismo e acelerar a implementação dos compromissos globais, as pessoas devem estar na linha de frente de cada Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), Plano Nacional de Adaptação (NAP) e Relatório de Transparência Bienal (BTR). Também devem influenciar decisões relacionadas ao financiamento climático, comércio e transição energética, entre outras áreas críticas.

A ação climática deve ser reivindicada como um ato humano, dada nossa responsabilidade comum no combate à mudança do clima, afirma Corrêa do Lago. A crise climática, destaca, demanda que tratemos com a devida urgência das necessidades e esperança das pessoas:

e ser reclamadas como um ato humano, dada a responsabilidade de todos nós e a necessidade de enfrentar nossa luta coletiva contra as mudanças do clima, afirma o embaixador. Em última análise, a crise climática trata de dar prioridade às necessidades e esperanças das pessoas:

“Mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação implicam, antes de tudo, enfrentar desigualdades estruturais, acabar com a fome e combater a pobreza, promovendo o desenvolvimento sustentável, os direitos humanos e a igualdade, inclusive racial e de gênero”, disse o presidente designado da COP30.