Publicado em 28 de outubro de 2024 às 17:08
Durante décadas, a pressão arterial de 12 por 8 foi vista como o limite do nível ideal. No entanto, este número começou a ser revisado globalmente até que, em outubro deste ano, a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) optou por atualizá-lo oficialmente.
Na realidade, o índice para identificar alguém com hipertensão permanece o mesmo, 14 por 9. A sugestão dos especialistas em cardiologia é classificar o índice de 12 por 8 como pré-hipertensão, isto é, uma fase em que, através de alterações de comportamento, é possível voltar aos níveis normais.
A ESC apresentou os novos índices em seu congresso anual, que ocorreu no começo de outubro. A nova orientação indica que o valor ideal da pressão máxima deveria ser de 12 por 7. Sugeriram-se três categorias: não-elevada (até 12 por 7); moderada (de 12 por 8 a 14 por 9); e hipertensão (superior a 14 por 9).
Os dispositivos de medição medem a pressão máxima (sistólica), que ocorre quando o coração se contrai para bombear o sangue, e a mínima (diastólica), que ocorre quando o órgão se dilata para receber o sangue. A medida que a pressão diastólica aumenta, o coração está trabalhando mais rapidamente sem conseguir relaxar o suficiente para se encher.
Leonardo Severino, cardiologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, destaca que as alterações na diretriz são relevantes para conscientizar a população sobre a importância de preservar a saúde do coração.
"Diversos fatores de risco para a hipertensão ou hipertensão podem ser controlados através de terapia medicamentosa e alterações no modo de vida, tais como exercícios físicos regulares, alimentação equilibrada, sono de qualidade e equilíbrio emocional. O médico encarregado sempre deve orientar a individualização dos cuidados", declara o cardiologista.
De acordo com Severino, frequentemente os pacientes desconhecem a necessidade de realizar as alterações, já que a hipertensão não provoca sintomas. É habitual que as pessoas só percebam a hipertensão após um ataque cardíaco. Portanto, é crucial, especialmente para aqueles com antecedentes familiares de doenças cardíacas, iniciar exames de rotina, pelo menos anuais, a partir dos 30 anos.
Contudo, afirmar que a hipertensão é um alerta não significa minimizar os perigos que o diagnóstico pode representar para a saúde do coração. Rodrigo Noronha, cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, esclarece que a pré-hipertensão pode afetar a saúde dos indivíduos a longo prazo.
"Em longo prazo, começa a afetar os vasos sanguíneos e a operação dos rins." Em longo prazo, pode resultar em hipertensão. Ao identificar uma situação como essa, o paciente recebe um aviso para monitorar a pressão arterial com mais regularidade e a chance de implementar ou intensificar alterações significativas no seu modo de vida, conforme explicou.