STF programa julgamento do núcleo 2 da trama golpista envolvendo ex-diretores da PRF e militares

Ministro Alexandre de Moraes solicita à Primeira Turma definição de data para analisar ação que apura uso da máquina pública para dificultar votação no segundo turno de 2022.

Publicado em 13 de outubro de 2025 às 12:39

Ministro do STF, Alexandre de Moraes -
Ministro do STF, Alexandre de Moraes - Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou ao presidente da Primeira Turma, ministro Flávio Dino, que seja marcada a data para o julgamento do núcleo 2 da trama golpista, investigação que envolve ex-integrantes da administração de Jair Bolsonaro (PL) e militares da ativa e da reserva.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os investigados teriam utilizado a máquina pública, por meio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), para criar obstáculos ao acesso de eleitores aos locais de votação no segundo turno das eleições de 2022, principalmente no Nordeste, reduto de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então adversário de Bolsonaro na disputa presidencial.

Entre os réus do núcleo 2 estão: Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência; Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal; Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro; Mário Fernandes, general da reserva do Exército; Marília Ferreira de Alencar, delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Segurança Pública do DF; e Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF durante o governo Bolsonaro.

Os acusados respondem a crimes graves, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O núcleo 2 ainda não possui data definida, enquanto os demais núcleos do processo seguem cronograma já estabelecido. O núcleo 3 terá julgamento ao longo de quatro sessões em novembro, e o núcleo 4, considerado o mais adiantado, começou a ser apreciado a partir de 14 de outubro, também em quatro sessões, conforme determinação do ex-presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin.

A movimentação reforça a estratégia do STF de organizar o julgamento dos diferentes núcleos da investigação escalonadamente, buscando acelerar a análise de crimes que teriam ameaçado a democracia brasileira durante o período eleitoral.

O próximo passo agora depende da definição da Primeira Turma, que precisará agendar formalmente o julgamento e determinar a sequência das audiências para ouvir os réus e avaliar as provas apresentadas pela PGR.