Publicado em 2 de agosto de 2025 às 08:42
Durante a abertura do semestre do Judiciário, nesta sexta-feira (1º), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram enfáticos ao defender a democracia e as instituições brasileiras diante de ataques recentes — tanto internos quanto com repercussão internacional.>
O presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, lembrou os tempos da ditadura militar e destacou sua vivência no período: “Ninguém me contou, eu estava lá”, afirmou. Ele citou episódios recentes que colocaram em risco a ordem democrática, como a tentativa de atentado, a invasão da sede da Polícia Federal, as acusações infundadas de fraude eleitoral e os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos três poderes foram depredadas. Barroso ainda elogiou a atuação do ministro Alexandre de Moraes na condução das investigações.>
Gilmar Mendes também subiu o tom. Sem citar nomes, criticou “radicais inconformados com a derrota eleitoral” e classificou como ato de traição à pátria a atitude de parlamentares que, segundo ele, deixaram o país para espalhar desinformação sobre o STF. A fala foi interpretada como uma referência indireta ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro.>
A declaração mais contundente veio de Alexandre de Moraes. Em meio a críticas que vem sofrendo, o ministro afirmou que há uma articulação criminosa com o objetivo de desestabilizar o Supremo e interferir em decisões da Corte. Ele citou o caso do "tarifaço" anunciado por Donald Trump contra produtos brasileiros e acusou parlamentares de agirem “de forma covarde e traiçoeira” ao recorrerem a um governo estrangeiro para pressionar o STF.>
Moraes também apontou tentativa de obstrução de justiça no julgamento dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, e disse que a Corte não se curvará a pressões. “Não vamos aceitar intimidações, nem internas nem externas”, afirmou.
Com informações do Metrópoles>