Publicado em 4 de julho de 2025 às 17:29
A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta quinta-feira (3) João Nazareno Roque, o funcionário da empresa de tecnologia C&M Software (CMSW) que deu acesso ao sistema sigiloso da empresa permitindo que hackers fizessem transferências financeiras por PIX.>
Uma das instituições afetadas, a BMP, teve um prejuízo de R$ 541 bilhões. Segundo a Polícia Civil, Roque confessou sua participação ao vender seu login e senha por R$ 5 mil. Logo depois recebeu mais R$ 10 mil para criar um sistema que permitisse os desvios.>
A C&M Software é uma empresa brasileira de tecnologia da informação (TI) voltada para o mercado financeiro. Entre os serviços prestados pela companhia está o de conectividade com o Banco Central (BC) e de integração com o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SBP).>
A empresa funciona como uma intermediária para que instituições financeiras menores possam se conectar aos sistemas do BC e fazer operações. A C&M tem atuação nacional e internacional e foi homologada pelo BC para essa função desde 2001. Atualmente, outras oito empresas também são homologadas no país.>
De acordo com a Polícia Civil, Roque disse que só se comunicava com os criminosos por celular, não os conhecia pessoalmente e nem mesmo sabe seus nomes. Além disso, contou que trocou de celular a cada 15 dias para não ser rastreado. A versão que Roque deu à Polícia foi a de que foi abordado quando saía de um bar próximo de sua casa. Falou ainda que as pessoas já sabiam que trabalhava na empresa.>
“O João (Roque) se trata de um insider e é fruto de engenharia social por parte dos criminosos. Eles cooptam o funcionário de dentro da empresa. Esse João tem formação em TI, tem pós-graduação em TI e ele foi cooptado pelo crime. Ele forneceu as credenciais, a senha, foi a primeira porta a que facilitou a entrada do grupo criminoso. Existem outros bancos que sofreram prejuízo, mas nós não podemos divulgar em razão do sigilo das investigações”, disse o responsável pelas investigações, Paulo Barbosa, da 2º Divisão de crimes cibernéticos (DCCyber)>
O caso veio a público quando a BMP registrou um boletim de ocorrência relatando que havia sido alvo de desvios milionários e a C&M que reportou às autoridades um ataque às suas infraestruturas. “As transferências foram feitas na madrugada do dia 30, foram percebidas às 4h30 da madrugada e foram até as 7h. A partir desse horário fecha a vazão de dinheiro, eles começam a tentar entender e conseguem enxergar de forma mais clara o que estava acontecendo no meio da manhã”, explicou o delegado do Deic, Renan Topan.>
Em nota, a C&M Software diz que colabora com as investigações e diz que, desde que foi identificado o incidente, adotou "todas as medidas técnicas e legais cabíveis". A empresa diz também que a plataforma continua plenamente operacional e que, em respeito ao trabalho das autoridades, não se pronunciará publicamente enquanto os procedimentos estiverem em andamento.>
Com informações da Agência Brasil .>