Publicado em 10 de julho de 2025 às 09:55
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o Brasil vai desenvolver, junto aos países do Brics, uma das tecnologias mais avançadas (e caras) no combate ao câncer: a terapia celular, também conhecida como CAR-T Cell.>
O objetivo do governo é criar uma estrutura nacional para produzir o tratamento, baratear os custos e, no futuro, disponibilizá-lo no Sistema Único de Saúde (SUS).>
Hoje, uma única aplicação pode ultrapassar R$ 3 milhões por paciente, por conta da complexidade e da dependência de laboratórios no exterior. Apesar do custo alto, essa é uma das terapias mais promissoras da medicina atual contra o câncer.>
O que é a terapia celular?>
A terapia celular usa células vivas como tratamento, em vez de medicamentos comuns. O exemplo mais avançado é a CAR-T Cell, onde células de defesa (linfócitos T) do próprio paciente são retiradas do sangue, modificadas em laboratório para atacar o câncer, e depois devolvidas ao corpo.>
Essas células ganham um tipo de “GPS” para encontrar e destruir tumores específicos.>
Para quais tipos de câncer funciona?>
Atualmente, essa técnica é usada em cânceres do sangue, como:>
• Leucemias>
• Linfomas>
• Mieloma múltiplo>
Nesses casos, os resultados são muito positivos — há casos de remissão total da doença, mesmo em pacientes sem mais opções de tratamento.>
Já nos tumores sólidos (como de mama, pulmão ou estômago), a resposta ainda é limitada, mas estudos estão em andamento para tornar a terapia eficaz também nesses casos.>
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Como é feito o tratamento?>
1. Células T do próprio paciente são retiradas do sangue.>
2. São enviadas a laboratórios, geralmente nos EUA ou Europa, onde passam por modificação genética.>
3. Essas células ganham um “receptor” especial (como o CAR-CD19) que reconhece o câncer.>
4. Após algumas semanas, voltam ao Brasil e são reinfundidas no paciente.>
5. Antes disso, o paciente passa por quimioterapia para preparar o corpo.>
Depois de reinfundidas, as células se multiplicam e atacam o câncer.>
O procedimento exige hospitais altamente especializados, porque pode causar efeitos graves, como inflamações intensas e alterações neurológicas.>
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Por que é tão caro?>
O tratamento pode custar de R$ 2 a R$ 3 milhões por paciente.>
Esse valor inclui:>
• Coleta das células>
• Modificação genética no exterior>
• Transporte>
• Internação>
• Monitoramento após a aplicação>
Hoje, o SUS ainda não oferece essa terapia. Alguns planos de saúde cobrem os tratamentos já aprovados pela Anvisa (como Tisa-cel, Axi-cel e Cilta-cel), mas há controvérsias sobre se isso deve ser classificado como remédio ou procedimento, o que trava os reembolsos.>
Com informações do G1>