Testemunha desmente versão de motorista e diz que vítima tinha relação com suspeito

Depoimento de amigo de Douglas Silva reforça que o atropelamento da professora Taynara Souza foi intencional.

Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 09:54

Tainara Souza Santos, 30 anos, teve as pernas amputadas após ser arrastada por um carro na Marginal Tietê, em São Paulo, no último sábado (29).
Tainara Souza Santos, 30 anos, teve as pernas amputadas após ser arrastada por um carro na Marginal Tietê, em São Paulo, no último sábado (29). Crédito: Reprodução

Um novo depoimento chocante reacende críticas e revela detalhes graves no caso da mulher que foi atropelada e arrastada por cerca de 1 km na Marginal Tietê, em São Paulo. No fim de semana, a Polícia Civil do Estado de São Paulo ouviu Kauan Silva Bezerra, amigo do motorista suspeito, e seu relato contradiz totalmente a versão inicial apresentada pelo homem, mudando o rumo da investigação.

Amigo nega versão de acidente e confirma relacionamento entre vítima e suspeito

Kauan, de 19 anos, afirmou que estava com o suspeito, Douglas Alves da Silva, desde o início da noite e acompanhou toda a sequência de eventos que culminou no crime. Segundo ele, Douglas mantinha um relacionamento amoroso com a vítima, a professora Taynara Souza Santos, informação que o suspeito havia negado.

De acordo com o depoimento, a confusão começou durante o bar: a vítima teria conversado com outro homem, o que provocou irritação de Douglas. No retorno à rua, já fora do estabelecimento, o clima esquentou, houve discussão e, pouco depois, o motorista voltou com o carro, acelerou e atingiu Taynara, arrastando-a intencionalmente.

Kauan relatou que, no momento da ação, estava no banco do passageiro, tentou convencer Douglas a parar e alertou que a jovem estava embaixo do veículo, mas o motorista ignorou os pedidos e seguiu acelerando. Ele só teria freado após pressão de transeuntes.

Investigação reclassifica crime como tentativa de homicídio qualificado

Com o novo depoimento, a polícia passou a tratar o episódio como tentativa de homicídio qualificado, com agravantes de feminicídio, motivo fútil e meio cruel, o que aumenta a gravidade dos crimes investigados. O relato de Kauan fortalece a hipótese de que houve dolo, e não um acidente.

Além disso, a declaração da testemunha muda o cenário: o caso não envolve apenas uma tragédia de trânsito, mas regras de convivência violentas, cobiça e traição. A confirmação de que o suspeito e a vítima mantinham relação amorosa amplia o contexto de violência doméstica e psicológica, típico de crimes de gênero.

Próximos passos e pressão por justiça

Os depoimentos, somados às imagens registradas, podem ser decisivos para a responsabilização de Douglas Silva. A Polícia Civil segue com as investigações para recolher demais evidências, como laudos periciais e imagens de segurança, e decidir sobre novas medidas restritivas, prisões e denúncia formal.