Traficante ligado ao PCC é preso em Portugal após meses escondido em condomínio de luxo

Ygor Daniel Zago, o “Hulk”, vivia na Europa enquanto continuava a operar um esquema internacional de crimes financeiros e corrupção, segundo a Polícia Judiciária.

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 08:53

Traficante ligado ao PCC é capturado em Portugal após meses escondido em condomínio de luxo
Traficante ligado ao PCC é capturado em Portugal após meses escondido em condomínio de luxo Crédito: Reprodução

No domingo (16), uma operação da Polícia Judiciária de Portugal encerrou a rotina discreta que Ygor Daniel Zago, apelidado de Hulk, mantinha na cidade de Cascais. Procurado internacionalmente e associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), o brasileiro de 44 anos foi detido ao lado da esposa após meses sob vigilância. O mandado que motivou a captura inclui acusações de associado criminosa, corrupção e branqueamento de capitais, o equivalente português à lavagem de dinheiro.

As autoridades localizaram o casal em um condomínio de alto padrão, onde, segundo investigações, Hulk mantinha uma vida de luxo enquanto continuava a dar ordens à distância. A prisão reacende um histórico que, há anos, envolve o nome de Zago em operações milionárias. Em 2021, ele havia sido capturado no Brasil durante uma ofensiva contra o narcotráfico que resultou na apreensão de bens de alto valor: uma Ferrari, helicóptero, lanchas, motos aquáticas e até um iate, ativos ligados a um braço financeiro do PCC comandado pela família de Marcola.

Condenado no Brasil a 29 anos de prisão por tráfico, Zago chegou a aguardar recursos em liberdade. A brecha possibilitou sua fuga pelo Peru, seguida por uma temporada na Itália e, posteriormente, sua instalação em Portugal, em maio deste ano. De acordo com o Jornal de Notícias, ele não apenas retomou atividades ilegais, como expandiu sua atuação para esquemas de combustível adulterado, corrupção de agentes públicos e ocultação de patrimônio.

A Polícia Judiciária afirma que a organização liderada por Zago operava com estrutura sofisticada e ramificações que cruzavam fronteiras. O casal passou a ser monitorado quando investigadores detectaram movimentações financeiras incompatíveis na conta da esposa e identificaram veículos de luxo circulando entre membros do grupo.

A mulher, que viajou para Portugal em setembro, também foi detida e, assim como o marido, poderá ser condenada a até 12 anos de prisão pela legislação local. Agora, ambos devem ser apresentados ao Tribunal da Relação de Lisboa, responsável por decidir se serão ou não extraditados para o Brasil.

A expectativa é de que o caso avance rapidamente, já que envolve cooperação internacional e crimes considerados de alta gravidade pelas autoridades de ambos os países.