Vacina da covid-19 também protege de doenças cardíacas

Doenças cardíacas podem ser evitadas para quem toma vacina da covid-19

Agência Brasil

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Publicado em 18 de setembro de 2025 às 16:07

Vacina para a covid-19 também ajuda na prevenção de doenças cardíacas
Vacina para a covid-19 também ajuda na prevenção de doenças cardíacas Crédito: Paulo Pinto / Ag. Brasil

A vacinação contra a covid-19 também protege contra a covid longa e as doenças cardiovasculares relacionadas ao vírus, de acordo com novo consenso clínico publicado nesta quinta-feira (18), em inglês, na Revista Europeia de Cardiologia Preventiva.

"A vacinação continua sendo a pedra angular da prevenção, reduzindo significativamente a gravidade da covid-19 aguda e diminuindo o risco de covid longa em mais de 40% em indivíduos vacinados com duas doses, em comparação com os não vacinados", diz o documento elaborado por cinco entidades médicas da área cardíaca europeias.

Além disso, os estudos analisados para a elaboração do consenso mostram que, se uma pessoa que nunca foi vacinada apresentar um quadro de covid longa, a imunização pode ajudar a reduzir os sintomas.

As entidades também recomendam que as doses de reforço sejam tomadas especialmente por pessoas que fazem parte dos grupos de alto risco, pois podem reduzir tanto o risco de covid longa quanto de complicações cardiovasculares relacionadas à infecção.

O novo consenso reúne as principais orientações para prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos efeitos cardíacos das infecções de covid e da covid longa.

Assinam o texto a Associação Europeia de Cardiologia Preventiva, a Associação Europeia de Imagem Cardiovascular, a Associação de Enfermagem Cardiovascular e Profissões Afins, a Associação Europeia de Intervenções Cardiovasculares Percutâneas e a Associação de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Europeia de Cardiologia.

  • miocardite;
  • pericardite;
  • infarto agudo do miocárdio;
  • acidente vascular cerebral;
  • trombose;
  • embolia pulmonar.

Covid longa

A comunidade científica estima que cerca de 100 milhões de pessoas em todo mundo estão atualmente vivendo com covid longa. Dessas, aproximadamente 5 milhões têm covid longa cardíaca, com sintomas como angina, falta de ar, arritmia, insuficiência cardíaca, fadiga e tontura.

As evidências científicas disponíveis até o momento mostram maior incidência de covid longa em pessoas com idade avançada, mulheres e pacientes com comorbidades pré-existentes, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, ansiedade ou depressão, hipertensão, diabetes e doença cardíaca isquêmica. Para os pesquisadores, essas pessoas devem ser monitoradas com ainda mais atenção, "possibilitando intervenções mais antecipadas", caso manifestem sintomas cardíacos.

"Como os sintomas cardiovasculares podem surgir semanas ou até anos após a infecção aguda, as estratégias de prevenção devem começar com a educação precoce do paciente. Isso inclui discussões sobre os possíveis sintomas associados a condições de progressão lenta e grave, como miocardite, insuficiência cardíaca e trombose, para que os pacientes possam reconhecer e relatar esses sintomas prontamente", destaca o documento.

Os pesquisadores também consideram essencial que essas pessoas sejam conscientizadas a agir sobre fatores de risco modificáveis, como hipertensão, níveis elevados de gorduras e açúcar no sangue, tabagismo, sedentarismo e má alimentação. No entanto, reforçam que "a vacinação permanece a única medida preventiva comprovada".