Vídeo: peixes mortos aparecem nas proximidades da Represa Billings, em São Paulo

Conforme a Cetesb informa em nota, os técnicos da companhia foram ao local, e realizaram coleta de amostra visando verificar as características das águas "e entender a razão da mortandade de peixes".

Publicado em 11 de setembro de 2024 às 08:21

Alta quantidade de peixes mortos no Parque Estoril, em São Bernardo do Campo, nas proximidades da Represa Billings, região metropolitana de São Paulo. 
Alta quantidade de peixes mortos no Parque Estoril, em São Bernardo do Campo, nas proximidades da Represa Billings, região metropolitana de São Paulo.  Crédito: Reprodução/Redes Sociais

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apura o surgimento, desde o último domingo, 8, de alta quantidade de peixes mortos no Parque Estoril, em São Bernardo do Campo, nas proximidades da Represa Billings, região metropolitana de São Paulo. Conforme a gestão municipal de São Bernardo, as atividades aquáticas no local estão suspensas e as autoridades foram acionadas "para investigar as causas do problema".

Ainda não há informações sobre o que provocou a mortes dos animais. Os peixes foram encontrados em um braço do Rio Grande, perto de região do manancial usado para a captação de água e distribuição às cidades do ABC Paulista, como São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema e São Caetano.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) afirma que o abastecimento de água "opera normalmente e sem interrupções no processo de tratamento da água". Diz ainda que a captação é feita no braço Rio Grande, "que é separado da Represa Billings"

O Estado tem registrado nas últimas semanas baixa umidade por conta da falta de chuvas, altas temperaturas e grande concentração de poluentes trazidos de queimadas espalhadas em diferentes regiões do País.

Quando as águas apresentam alta concentração de matéria orgânica, as bactérias acabam utilizando o oxigênio para os processos respiratórios, diminuindo a concentração do gás disponível para os peixes.

Conforme a Cetesb informa em nota, os técnicos da companhia foram ao local, e realizaram coleta de amostra visando verificar as características das águas "e entender a razão da mortandade de peixes". O trabalho foi feito pelas equipes das Agências Ambientais ABC I e ABC II, e técnicos em Ecotoxicologia Aquática e da divisão de Amostragem.

"Também foi recomendado aos gestores do Parque Estoril, às margens da represa Billings, o recolhimento dos peixes mortos", disse a Cetesb, no comunicado.

Também em nota, a prefeitura de São Bernardo do Campo informou que suspendeu as atividades no parque municipal e disse que as autoridades foram acionadas para investigar o caso. "A Administração aguarda resultado de perícia realizada pela Cetesb para permitir a retomada das atividades aquáticas no local", afirmou.

A gestão municipal destacou ainda que a Billings "é de responsabilidade da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), do Governo do Estado".

Bióloga e professora da Universidade de São Caetano do Sul, Marta Angela Marcondes foi ao local na segunda-feira, e lamentou a presença de dezenas de peixes mortos no braço da represa.

"Tudo o que vocês veem são peixes mortos em um dos braços (do Rio Grande), bem na entrada do parque. Quando cheguei mais cedo, os peixes estavam mais para o meio, e agora, como tem vento, estão chegando na beira", disse ela, em vídeo postado nas redes sociais.

"É triste ver esses animais todos morrendo e coletamos a água para poder verificar qual foi o motivo da mortandade desses animais. O oxigênio está bem abaixo do que costumamos ver nesse braço", completou a bióloga.

A Sabesp afirma que o abastecimento de água "opera normalmente e sem interrupções no processo de tratamento da água". Diz ainda que a captação é feita no braço Rio Grande, "que é separado da Represa Billings".

A companhia informa ainda que "realiza monitoramento constante, desde o manancial à distribuição" e Acrescenta que as análises e controle de qualidade são feitas diariamente para atender aos "padrões de potabilidade exigidos pelos órgãos de saúde e vigilância sanitária".

Queda na concentração de oxigênio é causa frequente de mortes

"Oxigênio Dissolvido (OD) é um fator limitante para manutenção da vida aquática e de processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de tratamento de esgotos", informa a Cetesb. "Uma das causas mais freqüentes de mortandade é a queda na concentração de oxigênio nos corpos d'água".

O valor mínimo de oxigênio dissolvido (OD) para a preservação da vida aquática, estabelecido pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é de 5 mg/L, mas há uma variação na tolerância de espécie para espécie.