Advogado é preso em operação contra negociação de sentenças e tráfico de influência no Pará

Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), em parceria com a Polícia Civil, deflagraram a operação.

Publicado em 20 de maio de 2025 às 23:20

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Imagem ilustrativa - Crédito: Divulgação

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), em parceria com a Polícia Civil, deflagraram, nesta terça-feira (20), uma operação para investigar um suposto esquema de exploração de prestígio e negociação de sentenças envolvendo um servidor do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) e um familiar dele.

A ação foi autorizada pela Vara de Inquéritos Policiais de Belém, após pedido da Divisão de Repressão à Corrupção e ao Desvio de Recursos Públicos (DECORD).

Um dos alvos da operação é Sidney César de Souza Gonçalves, assistente da desembargadora Gleide Pereira de Moura. A Justiça expediu mandado de busca e apreensão contra ele na segunda-feira (19). O filho de Sidney, o advogado Gabriel Lucas Costa Gonçalves, também foi alvo da operação e teve a prisão preventiva autorizada.

As investigações apontam que Gabriel se apresentava como servidor público e usava o nome do pai, além de insinuar a suposta influência da desembargadora, para negociar favores junto a empresários e órgãos públicos. Em troca, os dois acusados teriam solicitado vantagens financeiras, prometendo a liberação de obras e contratos públicos.

Por meio de uma mensagem de texto, Gabriel teria entrado em contato com o advogado de uma das empresas que tem processo tramitando no gabinete da desembargadora Gleide de Moura, confirmado que poderia ajudar a empresa com uma sentença favorável mediante o pagamento no valor de cerca de 40 mil reais. Com as provas contra o esquema, o advogado da empresa teria procurado a polícia civil para denunciar o crime.

Com a negativa de pagar o valor solicitado, a sentença foi proferida desfavorável à empresa representada pelo advogado. Questionado, Gabriel teria dito, segundo o processo, que a decisão seria desfavorável e só teria "tentado ajudar". O advogado decidiu então procurar a desembargadora, mostrando as provas contra Gabriel. O processo descreve que a desembargadora teria afirmado não conhecer o acusado e que não era conduta dela e das pessoas que trabalham no gabinete dela esse tipo de prática. A investigação destaca que não há evidências da participação da desembargadora no esquema criminoso que pai e filho são suspeitos de comandar.

Segundo o MPPA, os investigados são suspeitos de se aproveitar de vínculos com autoridades para obter benefícios indevidos, o que configura os crimes de exploração de prestígio e corrupção. A operação segue em andamento e novas diligências não estão descartadas.

O Roma News tenta contato com a defesa dos citados na reportagem. Em caso de resposta, a matéria será atualizada.