Cesta básica em Belém ainda pesa no bolso e café segue entre os vilões, aponta Dieese-PA

O custo dos alimentos básicos continua sendo um dos principais desafios no orçamento das famílias paraenses. De acordo com levantamento do Dieese/PA, mesmo com o recuo registrado em agosto, a cesta básica em Belém chegou a R$ 696,23, valor que compromete quase metade do salário mínimo vigente (R$ 1.518,00).

Entre os 12 produtos que compõem a cesta, a maioria apresentou queda de preços no último mês. Um dos destaques foi o café, que registrou o segundo recuo consecutivo. Em julho, o quilo do produto custava, em média, R$ 72,89 e passou para R$ 71,05 em agosto, uma redução de 2,52%.

Café: de altas sucessivas à segunda queda no ano

Os dados mostram que o café foi um dos alimentos que mais pressionou o orçamento dos paraenses ao longo de 2025. Em janeiro, o quilo estava em média R$ 54,57, mas em poucos meses acumulou aumentos expressivos, atingindo R$ 75,40 em maio. O recuo recente ainda não foi suficiente para aliviar o peso no bolso do consumidor.

Segundo o Dieese/PA, de janeiro a agosto deste ano, o café acumula alta de 42,04%, percentual muito acima da inflação oficial do período, estimada em 3%. No comparativo de 12 meses, a variação é ainda maior: 62,10%, enquanto a inflação geral foi de cerca de 5%.

Perspectivas para os próximos meses

Apesar das últimas quedas, o produto pode voltar a encarecer. A expectativa é de que fatores climáticos afetem a safra brasileira, reduzindo a oferta. Além disso, a ampliação das exportações para a Europa, em meio a tensões comerciais com os Estados Unidos, pode pressionar ainda mais os preços no mercado interno.

Enquanto isso, o consumidor paraense segue na expectativa de que a oferta seja suficiente para segurar os valores e aliviar o impacto no orçamento das famílias.