CRO-PA se manifesta sobre o caso da jovem autista que teve 17 dentes extraídos sem autorização

Conselho de Odontologia do Pará acompanha o caso e se dispõe a apurar possível infração ética; governador determinou afastamento e investigação imediata.

Publicado em 17 de junho de 2025 às 19:00

CRO-PA se manifesta sobre o caso da jovem autista que teve 17 dentes extraídos sem autorização
CRO-PA se manifesta sobre o caso da jovem autista que teve 17 dentes extraídos sem autorização Crédito: Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará

O caso da jovem autista de 19 anos que teve 17 dentes extraídos durante um procedimento odontológico no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, continua repercutindo e gerando indignação.

Nesta segunda-feira (17), o Conselho Regional de Odontologia do Pará (CRO-PA) divulgou uma nota pública informando que está ciente da denúncia e que está à disposição da sociedade para apurar possíveis infrações éticas cometidas por profissionais da área.“De acordo com a atribuição legal do Conselho, de fiscalizar o exercício da Odontologia com ética, nos colocamos à disposição da sociedade para apurar denúncias contra profissionais cirurgiões-dentistas, que precisam ser acompanhadas de documentos que possam ensejar abertura de processo ético”, destacou o CRO-PA.

A paciente, diagnosticada com autismo severo (grau 3), foi submetida a uma sedação total para um procedimento que, segundo a família, seria apenas uma limpeza e restauração dentária. No entanto, ao sair do bloco cirúrgico, a jovem estava sem nenhum dos 17 dentes extraídos, o que gerou revolta e denúncias de negligência médica. A família afirma que não houve comunicação prévia, nem autorização para esse tipo de intervenção.

Também nesta segunda, o governador do Pará, Helder Barbalho, se pronunciou nas redes sociais sobre o episódio. Ele classificou a denúncia como grave e determinou o imediato afastamento do profissional envolvido, além da abertura de uma investigação.“Já determinei o imediato afastamento do profissional envolvido e a abertura de uma investigação para esclarecer o caso e punir todos os responsáveis. A prioridade agora é prestar todo apoio à jovem e à sua família”, afirmou o governador.

O caso deverá ser formalmente denunciado ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). A família, que diz estar traumatizada com o ocorrido, também cobra acesso ao prontuário da paciente, o que, segundo eles, ainda não foi liberado pelo CIIR. Até o momento, a unidade de saúde ainda não se pronunciou oficialmente.