Estudo alerta para avanço da Doença de Chagas na Amazônia até 2080 por conta de mudanças climáticas

A Doença de Chagas é uma daquelas ameaças silenciosas que muita gente nem sabe que tem. Causada por um parasita transmitido pelo inseto barbeiro, ela pode ficar anos sem dar sinais, mas, quando aparece, pode trazer sérios problemas no coração, como arritmias e insuficiência cardíaca. No Pará, a doença de Chagas é um problema de saúde pública significativo que abriga cerca de 80% dos casos no Brasil.

Um estudo publicado na revista científica Medical and Veterinary Entomology, acende o alerta: as mudanças climáticas estão empurrando os barbeiros para novas áreas da Amazônia que antes eram consideradas de baixo risco. Pesquisadores analisaram mais de 11 mil registros desses insetos e, com a ajuda de um modelo que cruza clima, relevo e vegetação, previram para onde eles podem se espalhar até 2080, e o cenário não é animador.

As regiões mais vulneráveis, onde o acesso à saúde já é difícil, estão na mira dessa expansão. O risco é de os sistemas de saúde não estarem preparados para lidar com possíveis surtos da doença. Segundo os cientistas, é urgente reforçar a vigilância, melhorar as moradias e investir em educação para prevenir novos casos.

O estudo também serve de modelo para outras doenças transmitidas por vetores, como dengue, malária e leishmaniose. 

A UFPA (Universidade Federal do Pará) é uma das instituições que lideram a pesquisa. O professor Leandro Juen, da UFPA, é um dos coautores do estudo e defende que os dados ajudem a guiar políticas públicas e ações de prevenção, como:

• Melhorar as moradias em áreas de risco

• Fortalecer a vigilância de insetos vetores

• Integrar saúde, meio ambiente e ciência para enfrentar o problema de forma mais eficaz

A UFPA também faz parte das redes de pesquisa envolvidas, como o INCT-SinBiAm e o PPBio Amazônia Oriental, que unem universidades e institutos para produzir conhecimento sobre biodiversidade e saúde pública na Amazônia.

Para ler mais detalhes do estudo, acesse a matéria divulgada pela Universidade Federal do Pará. Clique aqui.