Falta de empatia pode levar geração Z à rotina de doenças físicas e emocionais, conclui estudo

A intensa busca por alta performance de pais e responsáveis têm contribuído para o mergulho, muitas vezes solitários, de adolescentes e jovens da geração Z (nascidos entre 1990 e 2010) no universo das telas.

Porém, uma pesquisa liderada pelo Grupo Rabbit, especialista em gestão escolar na América Latina, mostrou que, em geral, adolescentes que estão no Ensino Médio escolhem profissões levando em conta apenas o lado financeiro, esnobando a importância desta para a sociedade ou para alguém próximo da família.

'Para os jovens do Ensino Médio, contribuir para um Brasil e para um mundo melhor ficou em 9º lugar de dez e cuidar ou melhorar a vida de outras pessoas ocupou o 7 º lugar, o que mostra pouca empatia', disse o CEO do Grupo Rabbit, Christian Coelho.

O estudo considerou a seguinte amostragem: Berçário e Educação Infantil (19% dos consultados), Ensinos Fundamental I e II (com 30% e 38% dos entrevistados, respectivamente) e Ensino Médio (13%), sendo 51,4% das pessoas do sexo feminino e 47,8% do sexo masculino.

Uma das alternativas utilizadas para tentar conter o caráter do individualismo está na produção de conteúdos de qualidade sobre resolução de conflitos e melhorias interpessoais, que atinjam esse público e também os pais.

Um dos temas mais populares nas redes sociais é a Inteligência Emocional. Um levantamento realizado em 2023 pela revista científica 'Emotion', com a condução de pesquisadores da Universidade de Yale, afirmou que pessoas com maior inteligência emocional tomam decisões mais assertivas.

Líder do estudo, Isabel Santos, concluiu: 'Pessoas com alta inteligência emocional têm uma melhor compreensão de seus sentimentos e conseguem separar emoções passageiras de valores duradouros. Por isso, são capazes de tomar decisões mais consistentes e eficazes'.

Primeiro engenheiro emocional do Brasil, o paraense Lennon Santos se tornou uma das referências no tema dentro das plataformas digitais.

Diante do crescimento na adesão de adultos dentro do público, o especialista lançou uma obra literária que ensina inteligência emocional com tarefas e listas de passo a passo. A intenção é introduzir o assunto de forma prática e impactante na vida das pessoas.

'O grande sentimento desse livro é ensinar aquilo que eu gostaria de ter aprendido antes e não tive ninguém pra me falar. Montei 16 estratégias de forma muito simples para que a pessoa tenha clareza nas suas tomadas de decisão. vamos falar sobre meta, crenças, gestão de conflitos... e o mais importante é que serve para todas as áreas da vida da pessoa', frisou.

A obra literária intitulada 'Mentalidade Empreendedora' mostra através de estudos, relatos e exercícios práticos que o termo empreendedorismo não está preso ao aspecto financeiro, mas entrelaçado a todas as vertentes da vida.

'Esse livro tem dois capítulos muito importantes na construção de relacionamento com pessoas, de networking. Eu sempre falo que 85% dos recursos que temos vêm de um networking bem endereçado. É se tornar interessado pela pessoa, mas também se tornar interessante, sem ser interesseiro. Não é possível fazer nada disso se a pessoa não sabe como se relacionar com o outro', pontuou Lennon e completou:

'A inteligência emocional é a habilidade adquirida de lidar com as próprias emoções e sentimentos de maneira saudável. Mas engana-se quem pensa que para por aí. A grande arte é quando a pessoa consegue se entender e, com isso, também passa a entender e lidar com as emoções e sentimentos do outro. Isso é libertador!'.

Engenheiro civil e pai de um casal de adolescentes, Marcelo Silva se apresentou como uma prova viva do quanto a Inteligência Emocional tem poder transformador de quebrar o isolamento provocado pelo individualismo frequente na sociedade.

'Todos os princípios relatados no livro têm me ajudado a pensar na vida de uma forma mais ampla, superando os obstáculos que a gente mesmo coloca. É um conjunto de conhecimentos que impactam na vida como um todo. Quando você muda suas crenças e valores, muda o ambiente que você vive e, é claro, isso é bom para todas as pessoas que vivem com você', contou.

Diante dos estudos alarmantes que mostram uma rejeição da geração à empatia em contraste a uma busca desenfreada pelo sucesso financeiro e material, Lennon Santos deixou um recado:

'A mentalidade define o padrão de comportamentos que nós temos. Portanto, se você tem uma mentalidade de alto padrão com recursos emocionais, você vai conseguir superar os desafios que a vida apresenta dia após dia. No entanto, se você tem uma mentalidade de baixo padrão, vai paralisar a jornada no primeiro obstáculo. É nesse momento que a pessoa deixa de caminhar, desiste e, em alguns casos, pode até retroceder na vida. Ou seja, é muito difícil conseguir ser bem sucedido financeiramente tendo um lado emocional mal preparado.'