Filho de escrivã da Polícia Civil morre durante operação da PF em Belém

Família acusa policiais de invadirem o apartamento e atirarem contra o jovem de 24 anos; PF afirma que ele reagiu à abordagem

Publicado em 8 de outubro de 2025 às 16:51

Família acusa policiais de invadirem o apartamento e atirarem contra o jovem de 24 anos; PF afirma que ele reagiu à abordagem
Família acusa policiais de invadirem o apartamento e atirarem contra o jovem de 24 anos; PF afirma que ele reagiu à abordagem Crédito: Reprodução

O filho de uma escrivã da Polícia Civil foi morto na manhã desta quarta-feira (8) durante uma operação da Polícia Federal (PF) no bairro do Jurunas, em Belém. A vítima, identificada como Marcello Victor Carvalho de Araújo, de 24 anos, era formado em Educação Física e trabalhava como auxiliar administrativo na corporação.

De acordo com familiares, os policiais federais teriam invadido o apartamento onde Marcello estava com a mãe e o namorado dela, Marcelo Pantoja Rabelo, conhecido como “Marcelo da Sucata”, que seria o alvo da operação e acabou preso.

A tia da vítima, Ana Carolina Carvalho, relatou que os agentes arrombaram a porta e atiraram contra o jovem.

O primeiro tiro atingiu meu sobrinho fora do quarto. Ele correu assustado e foi seguido pelos policiais, que atiraram de novo. Foi quando ele caiu”, afirmou.

Ela também disse que a mãe de Marcello tentou se identificar como policial civil, mas teria sido agredida.

Deram dois tapas na cara dela, chamando-a de vagabunda e mandando calar a boca. Ela não conseguiu nem ver o filho caído, porque não deixaram”, contou.

Em nota oficial, a Polícia Federal informou que a operação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

Segundo o comunicado, “durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, um indivíduo reagiu à abordagem policial, foi atingido e, embora tenha recebido atendimento imediato, não resistiu aos ferimentos”.

Marcello era sobrinho-neto da promotora do Ministério Público do Pará (MPPA), Ana Maria Magalhães, que confirmou que o corpo do jovem está na Polícia Científica do Pará. Um perito da Polícia Federal, vindo de Brasília, deve chegar a Belém para realizar a análise técnica, acompanhada pelos peritos locais.

O corpo só será liberado para o velório e sepultamento após a conclusão da perícia.

A Polícia Civil foi procurada para comentar o caso, mas ainda não se pronunciou.