Homens armados invadem polo da BBF em Mojú e fazem reféns

Polícia Civil e Polícia Militar apuram denúncia de invasão ao polo da empresa BBF nesta sexta-feira (17); trabalhadores relataram coação, disparos e cárcere privado em área de cultivo de dendê

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 14:39

Polícia Civil e Polícia Militar apuram denúncia de invasão ao polo da empresa BBF nesta sexta-feira (17)
Polícia Civil e Polícia Militar apuram denúncia de invasão ao polo da empresa BBF nesta sexta-feira (17) Crédito: Redes Sociais

O clima é de tensão em Mojú, nordeste do Pará. Na manhã desta sexta-feira (17), o polo da empresa BBF (Brasil BioFuels) foi invadido por homens armados e supostos arrendatários. Informações preliminares apontam que funcionários estariam sendo mantidos em cárcere privado dentro das instalações.

De acordo com relatos recebidos pela Delegacia de Polícia de Mojú, o grupo teria rendido os seguranças do local e impedido o acesso de outros trabalhadores. As denúncias também indicam que os invasores estariam fortemente armados, aumentando o clima de medo e insegurança entre os funcionários e moradores da região.

Equipes da Polícia Militar do 47º Batalhão (BPM) estão a caminho da área para verificar a situação e restabelecer a ordem. A Polícia Civil também acompanha o caso e mantém equipes de investigadores no local, sob comando da autoridade policial plantonista.

As primeiras denúncias sobre o caso começaram a chegar à Polícia Civil no dia 14 de outubro, quando arrendatários ligados à empresa BBF relataram estar sendo impedidos de acessar as áreas arrendadas para a colheita do dendê. Segundo os trabalhadores, o bloqueio vinha sendo imposto por um grupo armado que atuaria como uma espécie de milícia privada, supostamente liderada por um homem identificado apenas por uma alcunha.

Após receber os relatos iniciais, a autoridade policial determinou o envio de uma equipe de investigadores à região. Durante a diligência, os agentes conseguiram identificar o suposto líder do grupo, além de outros indivíduos que atuariam como seguranças armados. Foram registradas imagens e elaborado um relatório detalhado com os elementos colhidos.

Arrendatários também foram ouvidos formalmente na unidade policial, e, com base nas informações reunidas, foi instaurada uma Verificação de Procedência de Informação (VPI), procedimento que antecede a abertura de inquérito, para apurar a veracidade dos fatos e identificar os responsáveis.

Nesta sexta-feira (17), novas denúncias relataram disparos de arma de fogo e ações violentas nas dependências do polo, o que levou a Polícia Civil a acionar o Centro de Perícias Científicas (CPC) para realizar levantamentos técnicos e perícias na área.

Em nota, a Polícia Civil do Pará reafirmou o compromisso com a preservação da ordem pública, a garantia do direito ao trabalho e a apuração rigorosa dos fatos, assegurando que todas as medidas legais cabíveis serão adotadas para responsabilizar os envolvidos.

Elias Felippe (Estagiário sob supervisão de Cássio Leal, editor-chefe da tarde).