Publicado em 17 de outubro de 2025 às 17:19
Príncipe Andrew, irmão do rei Charles III, abriu mão oficialmente de seus títulos reais, incluindo o de Duque de York, anunciou o Palácio de Buckingham nesta sexta-feira (17). A decisão, segundo comunicado, foi tomada após conversas com o monarca e outros membros da família real.>
Em nota, Andrew afirmou que as “constantes acusações” contra ele estariam “desviando o foco” do trabalho da Família Real, e disse que “decidiu priorizar o dever com a família e o país”. Apesar disso, voltou a negar qualquer envolvimento nos crimes dos quais foi acusado.>
“Com a concordância de Sua Majestade, não usarei mais meu título nem as honras que me foram conferidas. Nego veementemente as acusações contra mim”, declarou o príncipe, de 65 anos.>
Fim de uma linhagem pública>
O anúncio marca o golpe final na vida pública de Andrew, que desde 2019 tem sido afastado de funções oficiais por causa de suas ligações com o financista americano Jeffrey Epstein, acusado de comandar uma rede de tráfico e abuso sexual de menores.>
Em 2022, Andrew já havia perdido seus títulos militares e, meses depois, fechou um acordo judicial com uma das mulheres que o acusaram de agressão sexual. Ela afirmou ter sido abusada em 2001, quando tinha 17 anos.>
Apesar das denúncias, o príncipe sempre alegou inocência, mas o escândalo arrasou sua imagem dentro e fora do Reino Unido.>
Reclusão e isolamento>
Segundo a BBC, Andrew não passará o Natal com a família real no Castelo de Sandringham, mantendo-se recluso em sua residência, a Royal Lodge, em Windsor.>
As filhas, as princesas Beatrice e Eugenie, mantêm seus títulos e seguem representando a família em compromissos oficiais.>
Mesmo após abrir mão dos títulos e das honrarias, Andrew permanece príncipe por nascimento, mas sua presença na vida pública britânica é cada vez mais rara, e controversa.>
Novo escândalo com espião chinês>
A crise do príncipe voltou a ganhar força no fim de 2024, quando seu nome surgiu ligado a um suposto espião chinês, identificado pela Justiça apenas como “H6”, acusado de atuar secretamente em favor do Partido Comunista da China.>
O homem, considerado uma ameaça à segurança nacional britânica, teria usado a proximidade com Andrew para intermediar contatos entre autoridades chinesas e figuras britânicas influentes.>
De acordo com investigações, ele chegou a ser convidado para o aniversário do príncipe em 2020 e tinha permissão para buscar investidores chineses em nome de Andrew.>
O caso foi classificado como “extremamente embaraçoso” pelo ex-secretário de Estado de Segurança Tom Tugendhat, que afirmou que o episódio revela “a ambição clara do governo chinês de ampliar sua influência em países estrangeiros”.>
O gabinete do príncipe reagiu dizendo que “seguiu orientações do governo britânico e encerrou qualquer contato com o indivíduo assim que surgiram as preocupações”.>
O duque que virou sombra>
Com o afastamento oficial, Andrew se torna o primeiro membro da geração de filhos da rainha Elizabeth II a abrir mão de todos os títulos reais. De herdeiro de confiança a figura isolada, o príncipe simboliza hoje o lado mais controverso da monarquia moderna, um escândalo que o Palácio de Buckingham tenta, a todo custo, encerrar.>
Com informações do G1>