Ibama intensifica combate a incêndios em terras indígenas no Pará

Operação do Ibama intensifica ações de prevenção e combate ao fogo nas terras indígenas Alto Rio Guamá e Alto Turiaçu, que registram a menor área queimada da história.

Publicado em 25 de novembro de 2025 às 10:20

Ibama intensifica combate a incêndios em terras indígenas no Pará
Ibama intensifica combate a incêndios em terras indígenas no Pará Crédito: José Ricardo da Silva/Ibama

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deu início, em 3 de novembro de 2025, à Operação Pará 2025 – Fase II, voltada à prevenção, monitoramento e combate a incêndios florestais em áreas da União no interior e no entorno das Terras Indígenas Alto Rio Guamá (PA) e Alto Turiaçu (MA). A ação foi planejada após reunião da sala de situação da Casa Civil da Presidência da República, diante da previsão de altas temperaturas e baixa precipitação em estados da região Norte e Nordeste ao longo de novembro.

O objetivo é reduzir o risco de queimadas e proteger os recursos naturais e a biodiversidade, com foco em territórios tradicionalmente ocupados por povos indígenas. As duas áreas prioritárias da operação somam mais de 810 mil hectares e abrigam mais de 8,9 mil indígenas das etnias Tembé, Ka’apor e Awá-Guajá.

Além do combate direto ao fogo, a operação integra uma série de frentes: sensibilização de comunidades indígenas e assentados, confecção de aceiros (faixas de contenção que impedem o avanço das chamas), rondas preventivas, monitoramento via satélite e sobrevoos com helicóptero para identificação rápida de focos de incêndio.

Risco elevado no Alto Rio Guamá

Na Terra Indígena Alto Rio Guamá, a vegetação original é composta por 72% de Floresta Ombrófila Densa e 28% de Formações Pioneiras. O risco de propagação do fogo é considerado elevado devido ao acúmulo de material orgânico em áreas de pastagem e aos impactos de grandes incêndios registrados nos anos de 2023 e 2024, que deixaram a região ainda mais vulnerável.

A Operação Pará 2025 – Fase II foi estruturada em dois grandes setores — TIARG (Alto Rio Guamá) e Alto Turiaçu — divididos em quatro e três divisões, respectivamente. No total, 141 profissionais atuam no território, sendo 138 do Ibama e três da Funai, entre servidores efetivos, brigadistas temporários e tripulação aérea.

Estrutura em campo e resultados

A operação conta com 30 veículos e equipamentos, incluindo 19 viaturas, três Rodofogos (veículos adaptados para combate a incêndios), um caminhão utilitário (F-4000), seis veículos utilitários de tarefa (UTVs) e um helicóptero. Toda a atuação é coordenada pelo Sistema de Comando de Incidentes (SCI), que organiza o trabalho das equipes em campo e otimiza a resposta a cada ocorrência.

Desde o início das atividades, as bases operacionais já executaram:

  • 59,6 mil metros de aceiros;

  • mapeamento de 202 roças;

  • queima controlada em 90 roças tradicionais;

  • combate a dez incêndios florestais.

As queimadas controladas em roças tradicionais ajudam a reduzir o acúmulo de material combustível e a evitar que o fogo se espalhe de forma descontrolada, especialmente em períodos de seca mais intensa.

Menor área queimada da história nas TIs

De acordo com os dados da operação, as Terras Indígenas Alto Rio Guamá e Alto Turiaçu registram, até o momento, a menor área queimada de sua série histórica. O resultado é atribuído à resposta rápida das equipes, que têm conseguido controlar e extinguir os focos de incêndio em até 48 horas após a ignição.

A continuidade do monitoramento e das ações preventivas será fundamental para que o cenário se mantenha sob controle durante todo o período de maior risco de queimadas na região.