Influenciadores movimentaram R$ 42 milhões com jogos ilegais no Pará

Noelle Araújo e “Mago das Unhas” são investigados por associação criminosa, lavagem de dinheiro e fraudes financeiras

Publicado em 17 de abril de 2025 às 17:29

Noelle Araújo e Mago das Unhas
Noelle Araújo e Mago das Unhas Crédito: Reprodução/Instagram

Os influenciadores digitais Noelle Araújo e “Mago das Unhas” movimentaram mais de R$ 42 milhões em esquemas ligados à exploração ilegal de jogos de azar por meio de plataformas digitais, como o popular “jogo do tigrinho”. Ambos foram presos nesta quinta-feira (17), durante a Operação “All In”, realizada pela Polícia Civil do Pará.

Segundo a investigação, os dois atuavam como divulgadores dessas plataformas e recebiam altas quantias em dinheiro para promover os jogos nas redes sociais. Em apenas dois meses, um dos investigados chegou a movimentar mais de R$ 1,5 milhão, valor considerado incompatível com as atividades declaradas.

A polícia aponta que os influenciadores faziam parte de uma estrutura criminosa bem organizada, com estratégias para ocultar a origem do dinheiro. Entre os métodos usados estavam transações fracionadas, uso de contas em nome de terceiros (os chamados “laranjas”) e ostentação nas redes sociais como forma de atrair vítimas.

Noelle Araújo e “Mago das Unhas” são investigados por associação criminosa, lavagem de dinheiro, crimes contra a economia popular e outras fraudes financeiras. A prática, segundo os investigadores, se aproveita da vulnerabilidade de jovens e pessoas endividadas, especialmente das classes D e E, ao prometer lucros fáceis com os jogos.

Durante o cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu celulares, objetos de luxo e um carro importado. O delegado Yan Almeida, da Divisão de Crimes Cibernéticos, afirmou que a operação visa frear a atuação desses influenciadores, que continuam promovendo práticas ilegais mesmo com alertas anteriores da Justiça.

A delegada Vanessa Lee, diretora da unidade especializada, destacou que os investigados “mantêm práticas que indicam a continuidade da atividade criminosa, operando de forma recorrente e estruturada”.