Influenciadores rebatem críticas sobre Belém e ‘dão aula’ sobre a cultura paraense; assista

Um comentário de um internauta paulista sobre os paraenses, considerado preconceituoso, vem gerando fortes reações entre influenciadores, artistas e moradores do Pará.

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Silmara Lima

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Publicado em 15 de outubro de 2025 às 08:34

Para muitos paraenses, o Círio de Nazaré é memória viva, cultura que pulsa, alimento para a alma, elemento de união.
Para muitos paraenses, o Círio de Nazaré é memória viva, cultura que pulsa, alimento para a alma, elemento de união. Crédito: Rodrigo Pinheiro/Agência Pará

Um comentário de um internauta paulista sobre os paraenses, considerado preconceituoso, vem gerando fortes reações entre influenciadores, artistas e moradores do Pará, que rebatem destacando a profundidade do patrimônio cultural da Amazônia, a fé expressa no Círio de Nazaré e o peso socioeconômico da celebração para Belém e para o Brasil.

Muitos usuários viram um desconhecimento na fala, ou uma desvalorização consciente de elementos centrais à cultura paraense. Veja:

“Esse povo de Belém do Pará é meio carente de atração cultural, né? Qualquer evento lá, 2 milhões de pessoas nas ruas… Acho que se tiver um show do porquinho da paulista vai emocionar”, escreveu o paulista.

Entre os influenciadores que responderam, alguns relatam que comentários como esse reforçam estereótipos regionais e ignoram a riqueza cultural da Amazônia. Afirmam que reduzir uma celebração tão complexa a “carência de cultura” revela não só desconhecimento, e sim uma visão enviesada que coloca o sudeste como norma e inferioriza as tradições do norte.

Há quem destaque que a cultura paraense que envolve literatura, música, gastronomia, religiosidade e manifestações populares, não precisa “atrair público do sul” para ser relevante. É significativa por si mesma, construída historicamente, forte em identidade e presente no cotidiano de milhões.

Para muitos paraenses, o Círio de Nazaré não é mero espetáculo, é memória viva, cultura que pulsa, alimento para a alma, elemento de união, e por isso, merece respeito, não comparações redutoras.