Marcha Global Indígena ocupa ruas de Belém e cobra respostas concretas na COP30
Com cerca de 3 mil indígenas, ato parte da Aldeia COP em defesa dos territórios, do desmatamento zero e do fim dos combustíveis fósseis e da mineração em áreas tradicionais.
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 09:01
A capital paraense será palco, na manhã desta segunda-feira (17), de uma grande mobilização indígena durante a COP30. A “Marcha Global Indígena: A Resposta Somos Nós” vai reunir milhares de lideranças de diferentes povos do Brasil e de outros países, em um ato que denuncia os impactos da crise climática e cobra decisões concretas dos governos.
A concentração está marcada para 7h30, em frente à Aldeia COP, estruturada na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), na avenida Perimetral. De lá, os participantes seguem em caminhada até a travessa Lomas Valentinas, no entorno do Bosque Rodrigues Alves, em Belém.
Organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) em articulação com outros movimentos, a marcha deve reunir cerca de 3 mil indígenas que estão alojados na Aldeia COP para acompanhar a programação da conferência. Com cantos, faixas e maracás, o grupo pretende transformar as ruas da cidade em um espaço de resistência e visibilidade para suas pautas históricas.
Entre as principais reivindicações estão o reconhecimento pleno dos territórios indígenas como eixo central das políticas climáticas, a implementação do desmatamento zero, o fim da exploração de combustíveis fósseis e da mineração em terras indígenas, além da proteção de defensores e defensoras de direitos. As lideranças também cobram acesso direto a financiamento climático e participação efetiva, com poder de decisão, nos espaços oficiais da COP.
Foram convidadas para acompanhar a marcha e dialogar com os movimentos as ministras dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; e da Cultura, Margareth Menezes, além do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, da presidenta da Funai, Joenia Wapichana, e do presidente da COP30, André Corrêa do Lago.
Com a palavra de ordem “A Resposta Somos Nós”, a mobilização busca reforçar que a preservação da floresta e o enfrentamento à emergência climática passam, necessariamente, pelo fortalecimento dos povos indígenas e de seus territórios.
