Operação investiga golpe milionário na construção civil no Pará

Quadrilha usava empresas fantasmas, orçamentos técnicos e falso call center para enganar engenheiros em vários estados

Publicado em 23 de maio de 2025 às 10:50

Quadrilha usava empresas fantasmas, orçamentos técnicos e falso call center para enganar engenheiros em vários estados
Quadrilha usava empresas fantasmas, orçamentos técnicos e falso call center para enganar engenheiros em vários estados Crédito: Divulgação 

Uma quadrilha especializada em aplicar golpes sofisticados no setor da construção civil é alvo da Operação Concreto Armado, deflagrada pela Polícia Civil nesta semana. As investigações, conduzidas a partir de São Paulo, começaram no Pará, após a denúncia de um engenheiro vítima da fraude em Belém.

De acordo com a polícia, o grupo se infiltrava em grupos de profissionais e estudantes de engenharia, especialmente em redes sociais e fóruns especializados, e se apresentava como representantes de empresas de concretagem. Para tornar o golpe mais convincente, os criminosos registravam empresas com nomes idênticos aos de firmas legítimas na Junta Comercial de São Paulo.

O esquema incluía ainda um falso call center e envio de orçamentos técnicos com aparência profissional, que simulavam propostas reais. A vítima em Belém contratou um serviço de concretagem no bairro de São Brás, pagou cerca de R$ 10 mil e só percebeu que havia sido enganada após sucessivos atrasos e a interrupção do contato com os golpistas.

“Eles usavam linguagem técnica, enviaram projeto visual e prazo de execução. Tudo parecia dentro do padrão. Só desconfiei quando pararam de responder e a obra não começou”, contou a vítima, que preferiu não se identificar.

Segundo a Polícia Civil, o prejuízo causado pelo grupo já ultrapassa os R$ 200 mil. Um dos suspeitos chegou a sacar R$ 80 mil de uma única vez. Também foi identificado um estabelecimento comercial ligado diretamente à quadrilha, possivelmente usado para lavagem de dinheiro.

As investigações seguem para localizar outros integrantes da organização criminosa e identificar mais vítimas. A polícia orienta engenheiros, empresas e consumidores a verificarem os dados das empresas antes de contratar qualquer serviço, consultando o CNPJ em fontes oficiais, confirmando os canais de atendimento e, sempre que possível, realizando visitas presenciais às sedes.