Operação prende nove suspeitos de ataque de torcida organizada em Belém

A manhã desta quinta-feira (20) foi de operação policial voltada para a violência ligada às torcidas organizadas em Belém. Nove pessoas foram presas na terceira fase da operação “Filhos da Ira”, deflagrada pela Polícia Civil do Pará por meio da Delegacia de Proteção ao Torcedor e de Grandes Eventos (DPTGE), ligada à Divisão de Operações Especiais (DIOE).

Os detidos são suspeitos de envolvimento em uma série de crimes: tentativa de homicídio, associação criminosa, participação em briga de torcida organizada (tumulto esportivo), lesão corporal, corrupção de menores e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. Alguns deles já tinham passagem pela polícia por homicídio, latrocínio, roubo e outros episódios de violência relacionados ao futebol.

A investigação mira um grupo específico de integrantes de torcida organizada do Clube do Remo, apontado como responsável por ataques a torcedores rivais. De acordo com a Polícia Civil, o objetivo é atingir a estrutura da associação criminosa que se infiltrou no meio das torcidas e transformar jogos e deslocamentos em territórios de risco.

Ataque brutal na Sacramenta

O episódio que originou esta linha de investigação aconteceu em 24 de julho deste ano, no bairro da Sacramenta. Na ocasião, cerca de dez homens, identificados como integrantes de uma torcida organizada do Remo, atacaram um torcedor rival.

Vídeos gravados por moradores mostram a vítima sendo espancada com paus, pedras e barras de ferro. Mesmo após cair inconsciente, o torcedor continuou sendo agredido. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos gritavam frases que indicavam a intenção de matar o homem por sua suposta ligação com a torcida adversária.

As imagens e depoimentos coletados ao longo dos últimos meses embasaram os pedidos de prisão preventiva cumpridos nesta nova fase da operação.

Força-tarefa contra a violência esportiva

Para cumprir os mandados, a DPTGE contou com apoio das equipes plantonistas da Divisão de Operações e Investigações Especiais (DIOE), da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), ambas vinculadas à Diretoria de Polícia Especializada (DPE), além do Núcleo de Inteligência Policial (NIP), responsável pelo monitoramento dos alvos.

A “Filhos da Ira” é apresentada pela Polícia Civil como uma resposta direta à escalada de violência envolvendo torcidas organizadas na capital. A operação busca enfraquecer grupos que se valem da estrutura das torcidas para praticar crimes, longe do espírito esportivo.

Após serem presos, todos os investigados foram levados para a sede da DIOE, onde passaram pelos procedimentos legais e seguem à disposição da Justiça.