Pará lidera número de mortos de fora do RJ em megaoperação

Entre os 117 mortos, 62 vieram de fora do Rio; principal alvo segue foragido

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 13:50

Entre os 117 mortos, 62 vieram de fora do Rio; principal alvo segue foragido
Entre os 117 mortos, 62 vieram de fora do Rio; principal alvo segue foragido Crédito: Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou, na noite deste domingo (2), o perfil de 115 das 117 pessoas mortas durante a megaoperação “Contenção”, realizada na última terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense.

O levantamento, feito com base em relatório da Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado do Rio, mostra que mais da metade dos mortos, 62, não era do Rio de Janeiro. O estado com maior número de mortos de fora é o Pará, com 19 pessoas, seguido pela Bahia (12), Amazonas (9), Goiás (9), Ceará (4), Espírito Santo (3), Paraíba (2), Maranhão (1), Mato Grosso (1), São Paulo (1) e Distrito Federal (1).

De acordo com nota da Polícia Civil, 95% dos identificados tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho, e 54% eram de fora do estado. O relatório aponta ainda que 97 dos mortos tinham histórico criminal relevante, e 59 estavam com mandados de prisão em aberto. Outras 17 pessoas não tinham antecedentes, mas, segundo as investigações, 12 apresentavam indícios de envolvimento com o tráfico em redes sociais.

A polícia também descreveu que há no Rio de Janeiro “chefes de organizações criminosas de 11 estados da federação, de quatro das cinco regiões do país”, o que reforça o caráter interestadual da facção.

O principal alvo da operação, Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, apontado como líder do Comando Vermelho, segue foragido.

Apesar da dimensão da ação, nenhuma das pessoas mortas havia sido denunciada à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Diante das controvérsias e das denúncias de violações de direitos humanos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) criou um observatório para acompanhar as investigações e garantir o cumprimento da lei pelas polícias Civil e Militar durante a Operação Contenção.