Pará reforça combate à malária com nova medicação; saiba qual
A capacitação, promovida pela Sespa em parceria com o Ministério da Saúde, também orienta sobre o uso do teste G6PD, que garante maior segurança no diagnóstico e na prescrição do novo fármaco.
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 15:03
Profissionais de saúde da Região Metropolitana de Belém participam, até esta sexta-feira (12), de um treinamento sobre a implementação da tafenoquina, medicamento inovador para o tratamento da malária. A capacitação, promovida pela Sespa em parceria com o Ministério da Saúde, também orienta sobre o uso do teste G6PD, que garante maior segurança no diagnóstico e na prescrição do novo fármaco.
A iniciativa atende a Portaria que incorporou ao SUS a tafenoquina, medicamento indicado para pacientes a partir de 16 anos diagnosticados com malária causada pelo Plasmodium vivax. Além do medicamento, o protocolo inclui o teste quantitativo da enzima G6PD, necessário para avaliar se o paciente pode receber o tratamento de forma segura. O treinamento ocorre no auditório do Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (CIIC).
Segundo Paoola Vieira, coordenadora do Programa de Controle de Malária da Sespa, a adoção da tafenoquina representa um marco para a saúde pública no Pará. “Antes, o tratamento durava sete dias e havia abandono de pacientes, o que aumentava as recaídas. Agora, com a dose única, o risco de reincidência é muito menor”, explicou. A mudança também reforça a preparação do Estado para receber grandes eventos com maior segurança sanitária.
O coordenador do Programa Nacional de Eliminação da Malária, Alexander Vargas, destacou que cerca de 130 profissionais estão sendo treinados. Além do uso seguro da tafenoquina e do teste G6PD, os participantes revisam protocolos de atendimento para os diferentes tipos de malária. Ele ressaltou que a ação é um passo importante para o Brasil alcançar a meta de eliminação da doença até 2035, alinhando práticas locais à estratégia nacional.
No Pará, a nova medicação já é realidade em municípios dos Centros Regionais de Saúde (CRS) de Cametá, Oeiras do Pará e Limoeiro do Ajuru. Em locais como Anajás, Jacareacanga e Itaituba, a implementação trouxe resultados expressivos: redução de 76%, 52% e 40% nos casos de malária, respectivamente, entre 2024 e 2025. Esses números demonstram a efetividade da estratégia e reforçam a importância da expansão do tratamento em outras regiões.
Com base nesses resultados, o atual treinamento busca ampliar o alcance da iniciativa para equipes dos Centros Regionais 1, 2, 3 e 4, garantindo que mais municípios possam contar com a nova ferramenta no combate à malária. A expectativa da Sespa é que a capacitação contribua para reduzir significativamente os índices da doença no Estado, proteger a população e consolidar o Pará como referência nacional no enfrentamento à malária.
Elias Felippe (Estagiário sob supervisão de Cássio Leal, editor-chefe da tarde).
