Projeto ‘Renova Amazônia’, lançado em Belém, vai atender vítimas de escalpelamento por meio de cirurgias

O lançamento do projeto “Renova Amazônia”, que ocorreu na noite desta terça-feira (23), em Belém, marcou um momento significativo para a cidadania na região. Por meio de soluções integradas e atuando em frentes essenciais, a iniciativa tem o objetivo de criar um novo paradigma no tratamento de vítimas de escalpelamento no Pará. O jantar de lançamento ocorreu na Casa COP Leal Moreira, com menu da chef Angela Sicilia, e reuniu empresários, médicos e advogados da capital paraense.

A idealização do projeto é dos escritórios Pinheiro & Mendes Advogados e Fonseca Brasil Advogados e da construtora Leal Moreira, com realização da Ampla Amazônia Plataforma de Liderança. A conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PA) e primeira-dama do Estado, Daniela Barbalho, é a embaixadora do “Renova Amazônia”. A iniciativa ainda tem como anfitriões o cirurgião plástico Eduardo Fakiani (SP) e o dermatologista Paulo Viana (PA).

Causado por acidentes com os eixos expostos dos motores de pequenas embarcações, o escalpelamento resulta em desfiguração severa e trauma psicológico profundo, atingindo gravemente crianças e adultos. Segundo o idealizador do projeto e co-fundador da Ampla, Giussepp Mendes, a ideia é atuar de forma multidisciplinar para tratar de uma problemática que acomete, principalmente, os ribeirinhos da Amazônia.

“Sabemos que aqui os rios são usados como meio de locomoção e trânsito das pessoas. Nas áreas ribeirinhas, há uma grande incidência desse acidente. E cada parceiro vai ajudar de uma forma. A Leal Moreira, por exemplo, se comprometeu a reformar os espaços de apoio para pessoas que se tratam na capital; a Fazenda Carioca vai oferecer carne bovina; e a Universidade da Amazônia (Unama), que é nosso grande parceiro, vai oferecer apoio por meio de serviços de odontologia, assistência social e com as clínicas de psicologia”, contou.

O sócio-diretor da Leal Moreira, André Moreira, se disse entusiasmado com a iniciativa. “Ficamos encantados com o impacto e o alcance do projeto, e entendemos que não podíamos ficar de fora. É uma ideia interessante porque é muito colaborativa, cada um ajuda com o que pode. E nós vamos entrar com a reforma dos espaços e abrigos que recebem essas pessoas que vêm fazer o implante. Vamos preparar esses espaços para receber as vítimas de escalpelamento com mais dignidade e conforto”, adiantou.

Anfitriões

O cirurgião plástico Eduardo Fakiani, anfitrião nacional do projeto, já foi reconhecido com o prêmio “Mãos de Ouro” por suas contribuições em cirurgia micro reconstrutiva e descreve a iniciativa como inspiradora. “Queremos prevenir um problema, mas, quando ele acontece, temos uma preocupação muito grande com a reintegração social e laboral daquela pessoa. Isso é feito através da execução de próteses capilares, que evitam que o problema se agrave ainda mais. A Ampla vai promover a conscientização do problema e fomentar a realização de próteses para trazer de volta a autoestima que foi perdida”, ressaltou.

Já o dermatologista Paulo Viana, anfitrião local, destacou o olhar social do projeto. “O Renova Amazônia vem trazer esse olhar para uma população invisibilizada, os ribeirinhos, que infelizmente sofrem o escalpelamento. Isso traz sequelas, e o atendimento existe, mas ainda precisa de expansão. Foi pensando nisso que a Ampla me convidou para recrutar outros colegas médicos e montar uma força-tarefa para atender mais globalmente essas mulheres vítimas desse trauma”, afirmou.

Parceiros confirmados

O Renova Amazônia já conta com uma ampla rede de parceiros: Sebrae Pará, Famiglia Sicilia, Business Eventos, Clínica Iandê, Grupo CM - Cassius Martins, Gamma Comunicação, Fazenda Carioca, Rádio Comm, Mídia Center, Ação Brasil e Clínica Fakiani. A expectativa é de que mais nomes se juntem à iniciativa nos próximos meses. Com o engajamento coletivo, o projeto busca não apenas oferecer cirurgias reparadoras, mas também promover dignidade, acolhimento e novas perspectivas de vida para as vítimas de escalpelamento na Amazônia.