Publicado em 26 de agosto de 2025 às 08:00
A cultura paraense perdeu nesta terça-feira (26), Damasceno Gregório dos Santos, popularmente conhecido como Mestre Damasceno. Referência no carimbó, nas toadas e na poesia oral, o artista marajoara, nascido na Comunidade Quilombola do Salvá, em Salvaterra, morreu no Dia Municipal do Carimbó, aos 71 anos.>
Além de sua importante referência no carimbó, Mestre Damasceno também é o criador do "Búfalo-Bumbá de Salvaterra", uma manifestação cultural que mistura teatro popular, cultura quilombola e elementos da Amazônia.>
Aos 19 anos, Damasceno perdeu a visão. Foi então que ele decidiu transformar sua vida pela arte e se tornou símbolo da resistência e da riqueza cultural do Norte do Brasil.>
Neto de indígena e descendente de homem negro escravizado, ícone da cultura marajoara, com mais de 400 composições autorais e seis álbuns gravados, Mestre Damasceno foi homenageado, recentemente, com a Ordem do Mérito Cultural, a maior honraria concedida pelo Ministério da Cultura. Além disso, ele também foi o homenageado na 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, evento que celebra a cultura regional, em Belém.>
Carnaval 2025>
No Carnaval deste ano, o Pará venceu o concurso de Samba-Enredo da Grande Rio. A grande vencedora foi a escola de samba paraense "Deixa Falar" que compôs "A mina é cocoriô!" idealizado para o enredo "Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós".>
A composição é do Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho, Marcelo Moraes e interpretada por Fábio Moreno.>
Luta contra o câncer>
Em junho deste ano, Mestre Damasceno recebeu o diagnóstico de um câncer em metástase no pulmão, fígado e rins. Desde o dia 22 de junho, ele estava internado para tratar uma pneumonia e um quadro de insuficiência renal.>