Semissubmersível do narcotráfico internacional é apreendido no Pará

Em coletiva nesta sexta (6), Marinha, Força Aérea e Polícia Federal revelam detalhes sobre o segundo equipamento do tipo localizado em menos de um ano, desta vez no município de Chaves, na Ilha do Marajó.

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Talytha Reis

Repórter / [email protected]

Publicado em 6 de junho de 2025 às 10:14

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Créditos Crédito: Roma News Jhullyele Santos

Uma embarcação semissubmersível, popularmente chamada de submarino, em fase final de construção foi apreendida no município de Chaves, na Ilha do Marajó (PA), durante uma operação integrada da Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira (FAB) e Polícia Federal. O caso que esta sendo investigado como possível atuação do narcotráfico internacional foi revelado em coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (6), na Base Naval de Val de Cães, em Belém. Segundo as autoridades, o equipamento seria usado para transportar cocaína do Brasil ao norte da África.

Conforme as autoridades, o equipamento, com cerca de 18 a 20 metros de comprimento e pesando aproximadamente 25 toneladas, ainda estava em fase final de construção.

“Essa é a segunda embarcação do tipo encontrada. A primeira foi localizada na costa portuguesa no ano passado. Agora, essa foi identificada no Pará. Tudo indica que ela seria usada para transportar cocaína até a costa norte da África. Acreditamos que se trata de uma organização criminosa internacional, até porque a droga era produzida na Colômbia, no Peru e na Bolívia. Temos algumas informações que não podem ser passadas. ”, afirmou o delegado regional da Polícia Federal no Pará, Fernando Casarin.

Apesar de não haver entorpecentes na embarcação no momento da apreensão, um homem foi preso por porte ilegal de arma em uma propriedade privada da região, onde foi cumprido um mandado de busca.

Segundo o Capitão de Mar e Guerra Guilherme Barros Moreira, comandante do Grupamento de Patrulha Naval do Norte, a embarcação deve ter sido construída no próprio Estado do Pará. A suspeita é de que haja participação de mão de obra local especializada e, possivelmente, até de técnicos estrangeiros. Inicialmente, a embarcação vai ser periciada e depois será analisada onde ficará estacionada. Tudo isso deve acontecer nos próximos dias.

“A estrutura era pequena, com motor e sistema de exaustão para a superfície. A perícia vai ajudar a entender o real alcance e origem da construção”, explicou.

Já o coronel Isaías Lopes dos Santos Junior, da Força Aérea Brasileira, destacou o papel da inteligência e da tecnologia no rastreamento da embarcação. Foram utilizadas aeronaves R9 com sistemas combinados com imagens de satélite, o que possibilitou a identificação do alvo mesmo em uma área de difícil acesso.

Crédito Roma News
Crédito Roma News Crédito: Jhullyele Santos

“A cooperação entre as forças é essencial. As características geográficas da Amazônia impõem desafios logísticos que só podem ser superados com inteligência integrada e recursos avançados de monitoramento”, enfatizou.

As autoridades seguem investigando a ligação da embarcação com uma possível organização criminosa transnacional.