Publicado em 22 de setembro de 2025 às 14:55
No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas convivem com algum tipo de transtorno psicológico, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em meio ao Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, a Universidade do Estado do Pará (Uepa), por meio do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), intensifica ações para conscientizar a sociedade sobre a importância dos cuidados com a saúde mental.>
O professor da Uepa e médico psiquiatra André Rodrigues destaca que disseminar informações é fundamental para reduzir o preconceito, estimular a busca por suporte profissional e mostrar que doenças mentais existem e precisam de tratamento adequado. Já o psicólogo Caetano Diniz, do Centro de Saúde Escola do Marco (CSEM/Uepa), lembra que a maior parte dos atendimentos está ligada a casos de ansiedade e depressão. Ele reforça a necessidade de hábitos saudáveis e de manter uma rede de apoio social para enfrentar momentos de crise.>
As doenças psíquicas têm origens diversas, que podem estar relacionadas a fatores genéticos ou a traumas, e comprometem a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Rodrigues alerta para sinais comuns de risco, como insônia, ansiedade intensa e tristeza recorrente. Ele recomenda que a ajuda seja buscada assim que houver prejuízos nas relações pessoais, profissionais ou no bem-estar individual, apesar dos desafios ainda existentes no processo terapêutico, como o estigma e a aceitação do diagnóstico.>
Criada em 2013 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha Setembro Amarelo surgiu diante do aumento de casos de suicídio no país. Além da mobilização ao longo do mês, o dia 10 de setembro é reconhecido mundialmente como o Dia de Prevenção ao Suicídio.>
Na Uepa, diferentes frentes de atendimento oferecem suporte à comunidade. O curso de Terapia Ocupacional promove grupos semanais no CCBS, supervisionados pela professora Rita Gaspar, com foco na saúde mental. Entre eles estão o Encontros que Cuidam, voltado a adultos e idosos, e o Ressignificando o Luto, destinado a pessoas enlutadas. A iniciativa já ajudou participantes como Dienne Porfirio, que relatou ter encontrado acolhimento e alívio ao compartilhar suas experiências.>
A instituição também mantém serviços de apoio a estudantes e servidores, como o SAPPE/CCBS, o Núcleo de Apoio ao Servidor (NAS) e o Núcleo de Assistência Estudantil (NAE). Para Patrícia Neder, psicóloga e professora da Uepa, os atendimentos ajudam alunos a lidar com as pressões acadêmicas, sobretudo nos cursos da saúde. O estudante de medicina Khaelson Moura relata que o SAPPE melhorou sua concentração, relações interpessoais e permitiu conciliar demandas pessoais e acadêmicas.>
Além disso, a universidade prepara uma série de atividades durante setembro. Entre elas, webpalestras do projeto Saúde Digital, com temas ligados à prevenção e tratamento de transtornos psicológicos; um podcast especial do SAPPE; e a oferta de atendimentos gratuitos em diferentes campi, como auriculoterapia, consultas multiprofissionais e apoio psicológico. Os serviços estão disponíveis no CCBS (Campus II), no Ambulatório de Práticas Integrativas (Campus III) e no Serviço Ambulatorial Multiprofissional (Campus IV), em Belém.>
Elias Felippe (Estagiário sob supervisão de Cássio Leal, editor-chefe da tarde).>