Publicado em 7 de outubro de 2025 às 16:10
Mesmo com o aumento das tarifas dos Estados Unidos sobre a carne brasileira, o Brasil registrou novo recorde de exportação do produto em setembro. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 314,7 mil toneladas de carne bovina no mês, o maior volume já registrado para um único período.>
O resultado representa um crescimento de 25,1% em relação a setembro de 2024. O Brasil segue como o maior exportador mundial de carne bovina, e o desempenho mostra a força do setor mesmo diante de barreiras comerciais.>
O que aconteceu com as tarifas dos EUA?>
Em agosto, os Estados Unidos aumentaram para 76,4% a taxa cobrada sobre a carne bovina brasileira. O valor inclui uma sobretaxa de 50%, somada à tarifa anterior de 26,4%.>
A medida foi adotada para proteger os produtores norte-americanos, que alegam concorrência desleal. Com o imposto mais alto, o preço da carne brasileira nos EUA sobe, o que normalmente reduziria as vendas.>
Mesmo assim, o Brasil conseguiu manter os embarques. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), as empresas diversificaram os destinos, enviando mais produtos para países como México e China, este último, o principal comprador da carne nacional.>
Por que as exportações cresceram?>
Especialistas apontam três motivos principais:>
1. Demanda internacional aquecida. O consumo de carne segue alto em vários países.>
2. Baixa oferta global. Os EUA e outros produtores enfrentam redução no número de animais para abate.>
3. Competitividade do Brasil. O país tem custos menores e consegue oferecer carne de qualidade a preços mais baixos, mesmo com tarifas.>
Em julho, antes do “tarifaço”, o Brasil havia exportado 276,9 mil toneladas, o recorde anterior. Em agosto, houve uma queda temporária para 268,6 mil toneladas, mas o setor se recuperou rapidamente no mês seguinte.>
Apesar das taxas, a Abiec informou que o Brasil continua exportando para os EUA, especialmente cortes de maior valor agregado e contratos firmados antes da medida.>