Haddad diz que Brasil pode negociar minerais críticos e terras raras com os EUA após tarifaço

A proposta seria construir parcerias que estimulem investimentos e comércio bilateral em setores de interesse comum.

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 17:59

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad Crédito: Lula Marques - Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira (4) que o Brasil está disposto a discutir a inclusão de minerais críticos e terras raras nas negociações com os Estados Unidos, em resposta ao tarifaço imposto pelos norte-americanos sobre produtos brasileiros.

Segundo Haddad, esses recursos são estratégicos para a produção de tecnologias como baterias e componentes eletrônicos, e o Brasil pode se beneficiar ao cooperar com os EUA, que têm baixa disponibilidade desses minerais. A proposta seria construir parcerias que estimulem investimentos e comércio bilateral em setores de interesse comum.

“Temos minerais críticos e terras raras. Os EUA não são ricos nesses minerais. Podemos firmar acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes e avançar na área tecnológica”, disse o ministro em entrevista à BandNewsTV.

Haddad também mencionou o setor de data centers como outra oportunidade de colaboração. Segundo ele, o Brasil pode oferecer energia para alimentar os centros de armazenamento e processamento de dados, um setor em expansão no mundo todo.

O ministro destacou que o Brasil busca atrair investimentos de diferentes partes do mundo e não pretende se alinhar exclusivamente a um único bloco econômico. “Não queremos que só a China ou a União Europeia invistam aqui. Queremos que os Estados Unidos também invistam. O Brasil é grande demais para ser satélite de qualquer bloco, seja asiático, europeu ou americano. Precisamos diversificar”, afirmou.

As declarações de Haddad ocorrem em meio às tensões comerciais entre Brasil e EUA, após a decisão do governo de Joe Biden de aplicar tarifas de 50% sobre certos produtos brasileiros, especialmente os do setor médico.

Com informações do G1