Publicado em 9 de junho de 2025 às 15:45
A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira em 2025 foi revisada para cima. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Banco Central (BC), a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 2,13% para 2,18%. O relatório é resultado de uma pesquisa semanal feita com mais de cem instituições financeiras.>
Apesar da expectativa de avanço no ritmo da economia, a inflação continua preocupando. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, foi ligeiramente ajustada de 5,46% para 5,44% em 2025 — ainda acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%.>
Para os anos seguintes, o mercado projeta crescimento mais moderado do PIB: 1,81% em 2026 e 2% em 2027 e 2028. Já a inflação deve seguir em trajetória de queda, com estimativas de 4,5% para 2026, 4% para 2027 e 3,85% em 2028.>
Juros em alta e impacto na economia>
Para tentar conter a inflação, o Banco Central mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 14,75% ao ano — patamar elevado que busca desacelerar o consumo e segurar os preços. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os juros foram elevados em mais 0,5 ponto percentual, marcando o sexto aumento consecutivo.>
O Copom evitou sinalizar novos passos e destacou que o cenário internacional ainda é de incerteza, o que exige cautela por parte da autoridade monetária.>
A expectativa do mercado é de que a Selic continue em 14,75% até o fim de 2025. Para os anos seguintes, há projeção de queda gradual, chegando a 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.>
Inflação recente>
Em abril, o IPCA registrou alta de 0,43%, puxada principalmente pelos preços de alimentos e medicamentos. O índice acumula 5,53% nos últimos 12 meses, acima do centro da meta e próximo do limite superior.>
A prévia da inflação de maio, medida pelo IPCA-15, ficou em 0,36%, sinalizando possível desaceleração. O resultado oficial de maio será divulgado nesta terça-feira (10) pelo IBGE.>
Efeitos da política monetária>
A taxa Selic elevada impacta diretamente o crédito, tornando empréstimos e financiamentos mais caros, o que pode conter o consumo e afetar o crescimento econômico. Por outro lado, juros mais baixos tendem a aquecer a economia, mas reduzem a força de controle sobre a inflação.>
A trajetória da Selic nos próximos trimestres será crucial para equilibrar os dois objetivos: combater a inflação sem frear o crescimento.>