Quem é o filho de costureira e zelador tenta que salvar Kodak da falência

Ao assumir, o executivo encontrou uma companhia engessada por burocracia e lentidão

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 18:08

Ao assumir, o executivo encontrou uma companhia engessada por burocracia e lentidão
Ao assumir, o executivo encontrou uma companhia engessada por burocracia e lentidão Crédito: Reprodução

Desde 2019 à frente da Kodak, o executivo James Continenza, de 63 anos, tenta reerguer a tradicional marca da fotografia com uma estratégia baseada em simplificação administrativa e corte de dívidas.

De origem humilde, filho de uma costureira e de um zelador, Continenza ficou conhecido por recuperar empresas em crise, como AT&T e Lucent. Ele chegou à Kodak em 2013, a convite dos credores, e assumiu o comando total em 2020, depois que a empresa saiu da falência.

Ao assumir, o executivo encontrou uma companhia engessada por burocracia e lentidão. “Era como dirigir um carro vendado”, disse ao Financial Times. Desde então, reduziu a hierarquia e concentrou as decisões em poucos diretores, buscando tornar a gestão mais ágil.

Continenza aposta em três áreas para estabilizar o negócio: impressão comercial, materiais e produtos químicos avançados (como revestimentos para baterias e antenas) e farmacêutica, onde a Kodak produz reagentes aprovados pela FDA, a agência sanitária dos EUA.

A empresa também mantém a fabricação de filmes analógicos, que voltaram a atrair fotógrafos e cineastas, e licencia sua marca para diversos produtos de consumo.

Mesmo assim, as dívidas continuam pesando: a Kodak informou neste ano que ainda precisa quitar cerca de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) e registrou prejuízo de US$ 26 milhões no segundo trimestre.

Para tentar equilibrar as contas, Continenza promoveu mudanças no plano de previdência dos funcionários e prevê que a reestruturação completa leve mais dois anos.

“Quando terminar, vou sair. Aí será hora de outra pessoa escrever o próximo capítulo da Kodak”, afirmou o CEO.

Com informações do G1