Sem citar EUA, Brasil critica tarifas na OMC e ganha apoio de outros países

O discurso foi feito pelo Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Fox-Drummond Goug, sem citar o nome do presidente norte-americano.

Publicado em 23 de julho de 2025 às 14:21

Organização Mundial do Comércio OMC
Organização Mundial do Comércio OMC Crédito: OMC/ Reprodução 

O Brasil ganhou apoio de cerca de 40 países após fazer críticas diretas na Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira (24) sobre as tarifas como forma de ameaças e coerção da soberania nacional.

O discurso foi feito pelo Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Fox-Drummond Goug, sem citar o nome do presidente norte-americano, Donald Trump. Philip afirmou que as negociações como 'jogos de poder são um atalho perigoso para a instabilidade e a guerra'.

'Tarifas arbitrárias, anunciadas e implementadas em forma de caos estão desestruturando as cadeias globais de valor e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação', comentou Goug.

O embaixador também criticou que, além das questões comerciais, outra preocupação é do uso de tarifas para interferência nos assuntos internos

'Como uma democracia estável, o Brasil tem firmemente enraizados em nossa sociedade princípios como o Estado de Direito, a separação de poderes, o respeito às normas internacionais e crença na solução pacífica de controvérsias', disse.

Apesar de não ter citado diretamente os Estados Unidos ou o presidente Donald Trump, a delegação americana presente rebateu as falas, também sem citar o Brasil, afirmando que estava preocupada com “os trabalhadores e as empresas norte-americanas serem forçados a competir em condições desiguais com os países que não estão seguindo as regras e as disciplinas com as quais concordaram ao se tornarem membros dessa instituição”.