Anitta pede que Lula escolha uma mulher para o STF após aposentadoria de Barroso

A recente aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, anunciada no plenário do STF em 9 de outubro, desencadeou debates acalorados sobre quem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá indicar para assumir a cadeira deixada por ele, e também abriu espaço para cobranças por representatividade.

Cobrança pública por uma mulher

Nesta terça-feira (14), a cantora Anitta usou suas redes sociais para fazer um apelo direto ao presidente, pedindo que a vaga seja preenchida por uma mulher. Ela explicou acreditar que há mulheres aptas para o cargo, ressaltando que a maioria da população brasileira é feminina.

A artista lembrou que, ao longo dos 134 anos de existência do STF, foram nomeadas 172 pessoas, mas apenas três mulheres, e nenhuma negra, ocuparam cadeiras no tribunal em toda essa história. Atualmente, entre os 11 ministros, apenas Cármen Lúcia representa o gênero feminino.

Além disso, Anitta reforçou o apelo com a divulgação de um abaixo-assinado online, cuja carta aberta exige que a nova indicação seja feita com base em trajetória sólida e compromisso democrático.

Posicionamento de Barroso e de organizações civis

Já no momento de anunciar sua aposentadoria, Barroso manifestou-se favorável à possibilidade de que sua sucessora seja uma mulher, embora tenha sublinhado que homens capacitados não devem ser descartados.

Entidades como Fórum Justiça, Plataforma Justa e Themis, Gênero & Justiça também elaboraram listas sugerindo possíveis candidatas, como Maria Elizabeth Rocha (STM) e Edilene Lobo (TSE).

Quem são os nomes fortes

Apesar das cobranças por diversidade, os bastidores políticos indicam que os principais cotados para a vaga deixada por Barroso são, até agora, todos homens. Entre eles:

• Jorge Messias, advogado-geral da União, apontado nos últimos dias como o favorito por seu alinhamento político com Lula e pela confiança que possui junto ao presidente.

• Rodrigo Pacheco (senador, PSD-MG)

• Bruno Dantas (ministro do Tribunal de Contas da União)

• Vinícius Carvalho (ministro da CGU)

Messias, em especial, reúne apoio político, histórico de atuação jurídica e reconhecimento no Executivo.

O dilema de Lula

Para o presidente, além do critério técnico, consta a ponderação sobre gênero, raça e confiança pessoal. Mesmo com o apelo para escolha de uma mulher, fontes próximas afirmam que, no momento, a tendência é escolher alguém que já conte com elevado grau de confiança e proximidade.

A decisão deverá ser oficializada em breve, já que Barroso sairá formalmente do Tribunal no dia 18 de outubro. Até lá, o governo e seus interlocutores seguem sondando nomes, resistências e pressões públicas.