Cadeia produtiva do audiovisual amazônico é tema de debate na II Mostra Pan-Amazônica de Cinema

Evento, que ocorre de 11 a 16 de novembro em Belém, promove discussões sobre o imaginário amazônico e o impacto do cinema na vida das comunidades locais.

Publicado em 27 de outubro de 2025 às 12:19

Cadeia produtiva do audiovisual amazônico é tema de debate na II Mostra Pan-Amazônica de Cinema
Cadeia produtiva do audiovisual amazônico é tema de debate na II Mostra Pan-Amazônica de Cinema Crédito: Divulgação

A força e a diversidade do cinema produzido na Amazônia serão temas centrais da II Mostra Pan-Amazônica de Cinema, que será realizada em Belém, de 11 a 16 de novembro, no Cine Líbero Luxardo. O evento reunirá realizadores, pesquisadores e artistas em uma programação que inclui exibição de filmes de longa e curta-metragem e dois debates sobre o papel do audiovisual na região.

A primeira mesa, intitulada “De Matinta a Boiúna – o imaginário amazônico no cinema”, vai discutir como o imaginário regional vem sendo abordado nas produções audiovisuais amazônicas. Participam do encontro o diretor Fernando Segtowick, do filme Matinta (2005), a diretora Adriana de Faria, de Boiúna, e o poeta João de Jesus Paes Loureiro, com mediação da cineasta Jorane Castro.

“O imaginário é um dos nossos ativos mais importantes. A gente não tem ativos somente econômicos, como recursos naturais, água, minérios, madeira. O nosso imaginário, a maneira como nos conectamos com as histórias e com a natureza, é o que nos define como povo e território. Discutir isso faz todo o sentido”, afirmou Segtowick.

Durante décadas, o cinema produzido na Amazônia seguiu uma lógica externa e distante, que muitas vezes negava ou fetichizava as culturas locais. A partir de 2013, com a descentralização das políticas de fomento do audiovisual brasileiro, a cadeia produtiva da região se fortaleceu, estimulando redes interculturais e novas narrativas.

Esse fortalecimento e seu impacto direto nas comunidades serão o foco da segunda mesa do evento, “Experiências de formação e de vida em torno dos filmes e dos seus processos”, com o jornalista Ismael Machado e a cineasta Zienhe Castro, sob mediação de Gustavo Soranz. O debate apresentará experiências como o filme Flashdance TF, realizado no bairro Terra Firme, em Belém, e o projeto Primeiro Olhar (Amazônia (Fi)Doc), que levou oficinas de cinema à Ilha de Marajó.

Segundo Fábio Bardella, um dos curadores da mostra, o evento busca promover o diálogo entre os diversos territórios amazônicos. “A II Mostra Pan-Amazônica de Cinema nasceu como um espaço de encontro e visibilidade para o cinema dos muitos territórios que formam a Amazônia. A mostra é sobre fortalecer o cinema como ferramenta de expressão crítica e de afirmação das múltiplas Amazônias”, afirmou.

A mostra é uma realização da Rizoma Audiovisual, do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e da Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), com patrocínio da Open Society e apoio da Fundação Cultural do Pará, da Secretaria de Cultura do Estado (Secult) e do Governo do Pará.

Serviço

II Mostra Pan-Amazônica de Cinema

Data: 11 a 16 de novembro

Onde: Cine Líbero Luxardo – Belém (PA)

Entrada gratuita

Mais informações: @mostrapanamazonicadecinema