COP30: veja como será a Blue Zone, espaço diplomático administrado pela ONU em Belém

A chamada 'Zona Azul' é o espaço mais restrito e estratégico de toda a conferência

Publicado em 27 de outubro de 2025 às 14:41

A chamada 'Zona Azul' é o espaço mais restrito e estratégico de toda a conferência
A chamada 'Zona Azul' é o espaço mais restrito e estratégico de toda a conferência Crédito: Agência Pará

A COP30 está cada vez mais próxima de começar e Belém corre contra o tempo para finalizar a estrutura que vai abrigar as principais negociações sobre o futuro climático do planeta: trata-se da Blue Zone, uma cidade temporária de 125 mil metros quadrados que está tomando forma dentro do Parque da Cidade e será controlada diretamente pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante o evento, que acontece de 10 a 21 de novembro.

É dentro da Blue Zone que chefes de Estado, ministros e delegações estrangeiras vão se reunir para discutir metas globais de redução de emissões, acordos de transição energética e estratégias de preservação ambiental. Ou seja: é o espaço mais restrito e estratégico de toda a conferência.

Como é a estrutura

Com investimento de R$ 423,5 milhões, o complexo ocupa metade da área total do Parque da Cidade, cerca de 250 mil metros quadrados, e se estende por quase 1 km de corredor entre 64 estruturas modulares climatizadas, com isolamento acústico e teto de lycra produzido artesanalmente por costureiras de Belém.

A montagem começou em julho, há 3 meses e deve ser concluída até o fim de outubro, quando o espaço será entregue oficialmente à ONU para a instalação dos sistemas de segurança e credenciamento internacional.

Empregos e impacto local

O projeto também movimenta a economia da capital paraense. Segundo a empresa responsável pela obra, o Grupo DMDL, mais de 300 trabalhadores locais já atuam na montagem, número que deve chegar a 2 mil empregos diretos e indiretos até a conclusão dos trabalhos.

Nos galpões, costureiras transformam grandes faixas de elastano em revestimentos que cobrirão o teto das salas de reunião. Após o evento, parte desses materiais será reutilizada em outros projetos, numa ação que segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Sustentabilidade e logística

Trazer toda a estrutura até Belém exigiu uma operação logística nacional: 120 carretas e contêineres transportaram materiais por rodovias e pelo porto da cidade.

Depois da conferência

Durante a COP 30, a Blue Zone receberá reuniões oficiais, plenárias e negociações multilaterais, com cerca de 50 mil participantes credenciados. Após o encerramento, todo o material será desmontado: as paredes e pisos de madeira serão doados a cooperativas locais, e as tendas e tecidos, reaproveitados em outros eventos.

Enquanto isso, o Parque da Cidade também abrigará a Green Zone, área aberta ao público com atividades culturais, exposições e debates, uma espécie de “COP popular” que complementa o trabalho diplomático da Blue Zone.

Entenda as duas zonas da COP

A Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas é dividida em dois espaços principais:

• Blue Zone: área controlada pela ONU, onde ocorrem as negociações oficiais entre governos, chefes de Estado e organismos internacionais. O acesso é restrito a participantes credenciados.

• Green Zone: administrada pelo país-sede e aberta ao público, reúne ONGs, empresas, universidades e movimentos sociais em mostras, painéis e ações educativas voltadas à agenda ambiental.

Com a montagem da Blue Zone, Belém se prepara para receber o maior evento climático da história da Amazônia, mostrando que é possível realizar uma conferência global com mão de obra local, soluções sustentáveis e um olhar amazônico sobre o futuro do planeta