Thiago Tourinho estreia na literatura com romance sobre heranças invisíveis e liberdade

“As mortes de quem vive” acompanha a família Sadovita e reflete sobre destino e escolhas herdadas.

Publicado em 26 de setembro de 2025 às 07:31

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Como escolhas e histórias familiares podem moldar vidas e aprisionar gerações em ciclos silenciosos? Essa é a provocação de “As mortes de quem vive”, romance de estreia de Thiago Tourinho, lançado pela Editora Reformatório.

A obra narra a trajetória da família Sadovita, marcada pela crença de que nascer com olhos azuis é carregar a condenação da tristeza. A protagonista, Lúcia, cresce entre o silêncio do pai e a fragilidade da mãe, sob a sombra de um fado invisível que a acompanha enquanto busca escapar da repetição dos destinos familiares.

“Quanto temos, de fato, de livre-arbítrio?”, questiona Tourinho, ao explorar personagens divididos entre a sensação de viver uma história já escrita e o desejo de protagonizar suas próprias escolhas. O livro revela que o mal pode estar presente na intimidade cotidiana, entre aqueles que mais amam.

Com linguagem sensível, que alterna lirismo e realismo, o autor constrói imagens poéticas e intensamente humanas. “A gente vive enquanto tiver encanto”, resume Tourinho sobre a essência de sua estreia literária.

Thiago Tourinho nasceu em Salvador, em 1982. Formado em Administração pela Universidade Federal da Bahia e mestre em Negócios pela Stanford University, construiu carreira no setor empresarial, mas sempre manteve vínculo com a literatura. Agora, estreia na ficção abordando o peso das heranças invisíveis e o desafio de romper ciclos familiares.

Fundada em 2013, a Reformatório é dedicada exclusivamente à literatura brasileira contemporânea. Em 2015, criou o selo Pasavento, voltado para não-ficção. Ao todo, já publicou 300 livros de 222 autores, com títulos premiados no Prêmio São Paulo de Literatura (2016 e 2018) e no Prêmio Biblioteca Nacional (2020, 2021 e 2022). Desde 2015, a editora tem presença constante nas principais premiações literárias do país, como o Jabuti e o Oceanos.