Árbitro relata invasão de campo e ameaças de executivo do Paysandu na Curuzu

Em uma partida emocionante, sob forte chuva e clima tenso, o Paysandu venceu a Ferroviária-SP por 2 a 1, de virada, na noite desta segunda-feira (30), no estádio da Curuzu, em Belém. A vitória garantiu ao Papão a terceira conquista consecutiva na Série B do Campeonato Brasileiro, mas o que era para ser só comemoração acabou ofuscado por relatos de ameaças à arbitragem e atitudes hostis nos bastidores da partida.

De acordo com a súmula do árbitro Jefferson Moraes, o executivo de futebol do Paysandu, Carlos Frontini, invadiu o campo durante o intervalo e se dirigiu de maneira agressiva à equipe de arbitragem, questionando as decisões do primeiro tempo. “Porra, Jefferson, você está segurando o jogo, não está deixando a gente jogar, deixou de dar três cartões para o adversário”, relatou Moraes no documento oficial.

Ainda segundo o árbitro, Frontini impediu a saída da arbitragem para o vestiário e só cessou as reclamações após intervenção do preparador físico do clube. O clima tenso se estendeu fora de campo, quando pessoas não identificadas — supostamente ligadas ao Paysandu — bateram na porta do vestiário da arbitragem com tom de ameaça durante o intervalo.

Dentro das quatro linhas, a torcida bicolor também protestou contra o árbitro, acusando-o de critérios desiguais na aplicação de faltas e cartões. O Paysandu teria sido mais penalizado que a Ferroviária, segundo os torcedores, o que aumentou ainda mais o clima de revolta no estádio.

Apesar da polêmica extracampo, o Papão garantiu mais três pontos e segue em ascensão na competição. A CBF ainda não se manifestou oficialmente sobre o conteúdo da súmula ou possíveis punições.