Baenão completa 108 anos: da glória com Pelé ao abandono e uso como CT do Remo

Estádio Evandro Almeida, palco histórico do futebol paraense, não recebe torcida há mais de um ano e hoje serve como centro de treinamento azulino.

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 08:06

Baenão não recebe jogos com torcida desde julho de 2024 - 
Baenão não recebe jogos com torcida desde julho de 2024 -  Crédito: Redes sociais

O Estádio Evandro Almeida chegou à marca de 108 anos de existência nesta sexta-feira (15). Conhecido carinhosamente como Baenão, o local foi inaugurado em 1917 e faz parte da identidade do Clube do Remo. Situado na Avenida Almirante Barroso, sempre foi ponto de encontro da torcida azulina e já recebeu nomes históricos como Mesquita, Dico e Alcino — além de um jogo com gols marcados por Pelé.

O nome oficial do estádio é uma homenagem a Evandro Almeida, dirigente do clube que faleceu em 1965. No passado, o Baenão chegou a registrar públicos superiores a 30 mil pessoas, algo impensável nos dias atuais. Vários projetos de reforma e modernização foram apresentados ao longo dos anos, como o da gestão de Zeca Pirão em 2013, que acabou sendo contestado pela torcida.

Em 2014, uma tentativa de reabertura ocorreu de forma limitada, pois a área das Mercês permaneceu interditada. Com isso, o Remo voltou a utilizar o Mangueirão como mando de campo, e o Baenão acabou sendo deixado de lado.

O cenário começou a mudar em 2017, quando torcedores criaram o movimento “Retorno do Rei” para recuperar o estádio de forma voluntária. Com rifas, doações e venda de camisas, o projeto ganhou força em 2019 e resultou na reabertura oficial em 13 de julho daquele ano, em empate por 2 a 2 com o Luverdense, pela Série C.

A última partida com torcida no Baenão foi em 29 de junho de 2024, na vitória por 2 a 1 sobre o Ferroviário-CE. A mais recente, ainda que sem público, ocorreu em 6 de fevereiro de 2025, com derrota nos pênaltis para o São Raimundo-RR na Copa Verde.

Atualmente, o estádio funciona como Centro de Treinamento do Remo para a disputa da Série B. Espalhados pelo espaço estão academia, quartos para atletas, setores administrativos e o NASP (Núcleo Azulino de Saúde e Performance). Parte da estrutura segue em obras para ampliar o espaço e melhorar o dia a dia do clube.