Publicado em 6 de junho de 2025 às 18:19
A defesa do ex-jogador Robinho, condenado por estupro coletivo pela Justiça italiana, apresentou nesta semana um novo recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a suspensão da pena que o atleta cumpre em regime fechado desde março de 2024. O argumento central dos advogados é que o Supremo foi omisso ao julgar um dos pedidos anteriores, ignorando, segundo eles, pontos fundamentais como a soberania nacional e o direito de brasileiros natos serem julgados exclusivamente pelo Judiciário do país.>
Condenado em 2017 pela Justiça da Itália por participação em um estupro coletivo ocorrido em uma boate de Milão, em 2013, Robinho teve a pena de nove anos de prisão homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2024. Por nove votos a dois, o STJ atendeu ao pedido do governo italiano para que o ex-jogador cumprisse a pena no Brasil, já que a Constituição brasileira proíbe a extradição de cidadãos natos.>
No novo pedido ao STF, a defesa sustenta que a homologação da sentença estrangeira fere cláusulas pétreas da Constituição, especialmente o princípio de que o nacional brasileiro não pode ser submetido a julgamento por outro país, exceto em casos de tráfico de drogas. Os advogados destacam que a medida representa “chapada contrariedade à Constituição da República” e insistem que Robinho deveria ser julgado novamente, sob os parâmetros do Judiciário brasileiro.>
“A pretensão apresentada pelo Estado italiano, de que seja homologada decisão condenatória penal para ser executada no Brasil, pena estabelecida no estrangeiro, coloca-se em chapada contrariedade à Constituição da República”, diz o trecho do recurso.>
A defesa também critica o que chama de “recentes e descabidos avanços” de outras nações contra a Justiça brasileira, em uma tentativa de reforçar que o julgamento e o cumprimento da pena deveriam ocorrer exclusivamente sob jurisdição nacional. Os advogados afirmam ainda que é necessário garantir “um julgamento justo e isento”, o que, segundo eles, só seria possível por meio de processo próprio no Brasil.>
O STF já havia rejeitado outros recursos apresentados pelos representantes legais do ex-jogador. No julgamento mais recente, também por nove votos a dois, a Corte negou um pedido para suspender o cumprimento da pena, mantendo a decisão anterior do STJ.>
Preso desde 21 de março de 2024, Robinho cumpre pena por participação em um estupro coletivo cometido contra uma mulher albanesa. O caso, ocorrido em 2013, ganhou repercussão internacional e teve desfecho definitivo na Justiça italiana anos depois, em meio a debates sobre violência sexual, impunidade e cooperação jurídica entre países.>
Agora, caberá ao STF decidir se há fundamento para reavaliar os pontos destacados pela defesa ou se mantém a execução da pena conforme homologada pelo STJ.>